Páginas

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

CULTO AO IMPERADOR- II PARTE.

     10) Tito(Tito Flavio Sabino Vespasiano): 79-81 d.C. Filho de Vespasiano e irmao de Domiciano.
     O historiador Flavio Josefo conta que o Imperador Tito mandou realizar praticas esportivas em festejos de aniversarios e nascimentos de seus familiares. Concluiu o mais famoso local de praticas de jogos, o Anfiteatro Flaviano, conhecido como Coliseu, iniciado por seu pai Vespasiano. No tempo do Imperador Adriano(117-138 d.C.), a colossal estatua de Nero que encontrava-se no vestibulo do palacio imperial(Casa Aurea), foi transportada por 24 elefantes para as proximidades deste anfiteatro.  Na Idade Media, passou a chamar-se Coliseu(nome proveniente desta colossal estatua de 35 metros de altura). Este anfiteatro comportava 50 mil espectadores.
     Solenizou em Cesareia, o dia natalicio de Domiciano, seu irmao, com grande demonstraçao de alegria e a custa da vida de 2500 judeus, que tinham sido julgados dignos de morte. Muitos foram obrigados a combater contra os animais ferozes ou uns contra os outros, como gladiadores. Quando este genral retornou a Roma, apos a destruiçao de Jerusalem, foi recebido, como de costume, com uma calorosa recepçao, incluindo a realizaçao de diversos jogos publicos nos Circos, ginasios e anfiteatros.
     11) Domiciano(Tito Flavio Domiciano): 81-96 d.C. Filho de Vespasiano.
     Enquanto o pai de Domiciano, Vespasiano(69-79 d.C.) e seu irmao Imperador Tito(79-81 d.C.), receberam honrarias divinas depois de mortos, o Imperador Domiciano desejou obte-las durante o seu tempo de vida. O historiador Suetonio, nos informa que ele referia-se a si proprio como "deus e senhor". Suetonio prossegue: "E assim surgiu o costume de dai por diante dirigir-se a ele em nenhum outro modo, mesmo por escrito ou em conversa. Ele nao permitia que nenhuma estatua fosse erguida em sua honra no Capitolio, exceto de ouro e prata e de certo peso pre-estabelecido".
     O culto ao imperador tornou-se um teste de fe para os cristaos. Este imperador buscou consolidar a sua adoraçao  e o culto da deusa Roma, principalmente nas provincias do oriente, com estatuas e templos erguidos em Pergamo, Esmirna, Efeso e Laodiceia. No caso de Pergamo, depois da morte de Alexandre, o Grande, em 333 a.C., quando Atalo III, ultimo rei desta cidade, passou, em testamento, a sua cidade ao poderio de Roma, tornando a partir de entao, a capital da provincia da Asia. Este foi o primeiro reino asiatico que incentivou abertamente o culto ao imperador. Por volta do ano 29 a.C., foi edificado nesta cidade um templo ao "divino imperador Augusto" e a deusa Roma, fato que conquistou sobremaneira o coraçao imperial. Havia nesta metropole, uma acropole de uns 300 metros de altitude, com muitos templos e deuses pagaos. Entre eles, um templo dedicado a Zeus olimpico. Pergamo era tambem centro de culto a Asclepion, o deus-serpente das curas(simbolo da medicina) e o seu colegio de sacerdotes-medicos era famoso. Notabilizou-se ainda pela produçao de pergaminho, especie de papel que servia para a escrita e que ate hoje e conhecido no mundo inteiro.
     O Imperador Trajano(98-117 d.C.) nomeou o general Plinio com o titulo de "Augusto"(Altissimo), com autoridade de reorganizar a provincia da Bitinia(antigo reino, ao norte da Asia Menor-atual Turquia), nos anos 109-111 d.C.. Em 111 d.C., Plinio, governador desta cidade, escreveu uma carta ao Imperador para obter informaçoes de como proceder contra os cristaos. Trajano explica que o procedimento era perguntar-lhes se eram cristaos. Os que assim o confessassem seriam executados, mas os que alegassem nao serem mais cristaos, deveriam ser obrigados a adorar a imagem do imperador, oferecendo incenso e vinho perante a mesma. Deveriam insultar o nome de Cristo e invocarem os nomes dos deuses romanos(Jupiter, Roma, Apolo, etc). Procedendo desta maneira, seriam soltos.
     O Apostolo Joao esteve a beira do martirio. Durante o periodo de perseguiçoes implantadas pelo Imperador Domiciano em Roma, foi lançado numa caldeira com azeite fervente, saiu ileso sem nenhuma queimadura. Todavia, foi sentenciado as minas da ilha de Patmos. Morreu velho, sendo o unico apostolo a nao ser martirizado. Eis o que disseram os 'Pais da Igreja':
     1) Papias(120 d.C.): "Depois que Domiciano reinou em um so ao, Nerva, quem tendo chamado a Joao da ilha de Patmos, permitiu-lhe habitar em Efeso, sendo entao o unico sobrevivente dos 12 discipulos e tendo escrito o evangelho que leva seu nome, escapou da graça do martirio".
     2) Tertuliano(197 d.C.): "Quao ditosa e a igreja(de Roma) na que os apostolos derramaram toda sua doutrina juntamente com seu sangue onde o apostolo Joao foi submergido em azeite fervente sem sofrer dano algum, para ser depois desterrado a uma ilha".
     3) Eusebio(320 d.C.): "Irineu e outros registraram que Joao o teologo e Apostolo sobreviveu ate os tempos de Trajano; depois daquele tempo , Papias de Heriopolis e Policarpo, Bispo de Esmirna, que foram ouvintes seus, chegaram a ser bem conhecidos".
     12) Nerva(Marcos Cocio Nerva): 96-98 d.C.
     O Imperador Otavio Augusto levantou templos a deusa Roma e ao ditador Julio Cesar, juntamente com diversos jogos em homenagem a este grande conquistador de Roma.
     O Imperador Adriano(117-138 d.C.) se esforçou para ganhar a admiraçao do povo com doaçoes, diversos jogos e combates de gladiadores no anfiteatro. Frequentador diario da Palestra, recinto tipicamente no estilo grego, onde realizavam-se competiçoes atleticas, instituiu jogos periodicos em honra ao jovem atleta grego Apoximenos Antinous, vencedor do pugilismo nas olimpiadas de 332 a.C., simbolo da harmonia e força fisica, eternizado em estatua de bronze pelo escultor grego Lisipo(370-318 a.C.).
     Adriano em sua visita a Bitinia(norte da Asia Menor, hoje Turquia), conheceu um jovem chamado Antinoo(110/112-130 d.C.) e levou-o consigo para Roma, tornando-o uma especie de "pajem" ou "garoto de estimaçao", em razao de sua grande beleza. Segundo o Bispo Clemente de Alexandria(150-215 d.C.), o relacionamento entre ambos era sexual, comparado ao relacionamento do deus Zeus com Ganimedes. Adriano era 34 anos mais velho que Antinoo(um adolescente), enquadrando-se na relaçao homossexual existente na Grecia classica. Em outubro de 130 d.C., durante uma visita ao egito, Antinoo morreu afogado no rio Nilo, sendo as circunstancias nao terem sido esclarecidas ate hoje. Semanas apos o  ocorrido, o Imperador decretou a sua divinizaçao. Ordenou a construçao de uma nova cidade perto do local de sua morte, Antinopolis(= cidade de Antinoo) em sua homenagem, no alto Egito. A divindade protetora desta cidade era um deus sincretico, resultado da fusao de Antinoo com Osiris. Por todo o imperio foram erguidas estatuas deste jovem e na parte oriental, levantaram-se templos ao falecido. Foi dado o nome Antinoo a uma estrela e o imperador escreveu um epitafio(frase de homenagem) dedicado ao jovem, que mandou gravar num obelisco, que se encontra hoje nos jardins do Pincio em Roma.
     Segundo o historiador Pausanias(180-115 a.C.), seu templo em Mantineia(cidade  situada na Arcadia, sul da Grecia), era o mais novo da cidade. Em sua honra, foram celebrados rituais religiosos todo ano e jogos a cada 4 anos: combates de gladiadores, corridas de cavalos, corridas de bigas, etc No ginasio de Mantineia, havia estatuas de Antinoo. Os retratos de Antinoo eram feitos de forma que ele se parecesse com o deus dionisio. Apos a morte de Adriano, a sua relaçao com Antinoo foi utilizada contra a sua memoria pelos seus inimigos. Os primeiros autores cristaos tambem criticaram esta relaçao, que para eles era um exemplo de imoralidade do paganismo.
     O Imperador Adriano provocou uma revolta judaica, ao mandar reconstruir Jerusalem, destruida pelo general  Tito no 70 d.C., como uma cidade grega e os judeus sentiram que a sua cidade sagrada estava sendo profanada por estrangeiros. De fato, em toda a parte surgiram estatuas, banhos publicos, ginasios de esportes, etc. Esta guerra foi longa e terrivel, durou mais de 2 anos e as tropas romanas foram encurralando os judeus nas cavernas subterraneas nas montanhas, onde foram sendo exterminados. Os sobreviventes foram vendidos como escravos e o Imperador decretou a expulsao dos judeus de Jerusalem. No lugar do antigo templo judaico, ergueu-se a estatua de Zeus Olimpico e junto ao Golgota(onde jesus foi crucificado), foi erguido o templo dedicado a deusa grega Afrodite. Jerusalem foi reconstruida nos moldes de uma cidade grega e passou a chamar-se "Aelia Adriana". A antiga provincia da Judeia passou a se chamar "Palestina", forma de tentar apagar a memoria da presença judaica na regiao pela recordaçao dos filisteus(antigos habitantes da regiao nos tempos biblicos).
     Sob o reinado do Imperador Marco Aurelio(161-180 d.C.), o Bispo Policarpo, no ano 169 d.C., foi queimado vivo no anfiteatro da cidade de Esmirna, por nao negar a fe crista e rejeitar o culto ao imperador e a seus deuses. O proconsul perguntou: "Queres amaldiçoar a Cristo?" respondeu Policarpo: "Por 86 anos eu servi ao Senhor e ele nunca me fez mal. Como poderia eu entao falar mal dele agora, meu Senhor e Salvador?"
     Sob o reinado do Imperador Decio(249-251 d.C.), foi imposto a todos os cristaos que fizessem sacrificios aos idolos. Alguns querendo preservar suas vidas, negavam a fe, mas muitos como Alexandre(Bispo de Jerusalem), Babilos(Bispo de Antioquia), Fabiano(Bispo de Roma), preferiram morrer a negar a salvaçao em Cristo. O exercito daqueles que confessaram a sua fe superou aqueles que preferiram obedecer ao imperio romano. Os cristaos estavam baseados nas palavras de Jesus que diz: "Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que esta nos ceus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei tambem diante de meu Pai, que esta nos ceus.... quem achar a sua vida, perde-la-a; e quem perder a sua vida por amor de mim, acha-la-a".(Mateus 10: 32, 33 e 39).
     O Bispo Eusebio de Cesareia(263-340 d.C.) em suas obras fala dos martirios dos cristaos: "Mas so se pode admirar os que sofreram tambem em sua terra natal, onde milhares, tanto homens como mulheres e crianças, desprezando a vida presente por causa da doutrina do Salvador, foram submetidos a morte de varias maneiras. Alguns, depois de torturados com esfoladuras e em pranchas...foram finalmente entregues as chamas, alguns jogados e afogados no mar...alguns definhando de fome e outros, ainda pregados na cruz...outros, de modo mais cruel, pregados de cabeça para baixo e mantidos vivos ate serem destruidos de fome na propria cruz...eles recebiam, de fato, a sentença final de morte com alegria e exultaçao, chegando ate a cantar e elevar hinos de louvor e açao de graças ate o ultimo suspiro.....tambem Fileias, bispo das igrejas de Timuis...e Filoromo, foram condenados a serem decapitados".
     Com a ascençao de Diocleciano como imperador romano, em 284 d.C., significou o final de um periodo de paz para os cristaos. Os lideres foram presos e torturados e as igrejas(templos) destruidos. Varios morreram martirizados sendo lançados as feras no anfiteatro: Timoteo(nativo do Ponto), Dionisio(de Tripoli-Fenicia); Romulo(sub-diacono da Igreja em Diospolis); Paese e Alexandre(Egito); Alexandre(Gaza-Palestina). Alguns receberam outros tipos de martirio: Romano(Palestina), diacono e libertador de demonios; Timoteo, Agapio, Tecla.
     O harpastum, jogo de bola descendente do epyskiros dos gregos, praticado por volta do ano 200 a.C., disputado num campo retangular, dividido por uma linha e com duas linhas como meta, nunca foi incluido nos espetaculos romanos e nem no culto ao imperados. Os imperadores romanos nao eram favoraveis a este tipo de modalidade esportiva. Ficavam restritos aos campos  e regioes adjacentes a cidade de Roma ou nos acampamentos dos soldados. Quando o general Sila(138-78 a.C.), derrotou Caio Mario em 88 a.C., o enorme exercito vitorioso, estacionado nas imediaçoes da cidade de Roma, comemorou a  conquista com partidas de harpastum durante horas seguidas.
     Deus, atraves do profeta Moises, deixou bem claro nao so ao seu povo, mas a todos os seres humanos: "Nao teras outros deuses diante de mim. Nao faras para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que ha em cima nos ceus, nem embaixo na terra. Nao te encurvaras a elas, nem as serviras; poque, eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso".(Exodo 20:3-4).
     "Guarda-te que nao faças concerto com os moradores da terra aonde has de entrar, para que nao seja por laço no meio de ti. Mas os seus altares transtornareis, as suas estatuas quebrareis e os seus bosques cortareis. Porque nao te inclinaras diante doutro deus: pois o nome do Senhor e zeloso: Deus zeloso e ele....nao se prostituam apos os seus deuses, nem sacrifique aos seus deuses..."(Exodo 34:12-16).
     O apostolo Paulo, na cidade de Listra, curou um aleijado de nascença. A multidao admirada com o prodigio, quis prestar-lhe, juntamente com o seu companheiro Barnabe, um culto de reconhecimento por supor neles a divindade. Paulo, todavia, severamente repeliu essa ideia: "E as multidoes, vendo o que Paulo fizera, levantaram a sua voz, dizendo em lingua licaonica: fizeram-se os deuses semelhantes aos homens e desceram ate nos. E chamaram Jupiter a Barnabe e Mercurio a Paulo, porque este era o que falava. E o sacerdote de Jupiter...trazendo para a entrada da porta touros e flores, queria com a multidao sacrificar-lhes...E dizendo: varoes, por que fazeis estas coisas? nos tambem somos homens como vos, sujeitos as mesmas paixoes e vos anunciamos que vos convertais dessas vaidades ao Deus vivo, que fez o ceu e a terra, o mar e tudo quanto ha neles... E, dizendo isto, com dificuldades impediram que as multidoes lhes sacrificassem".(Atos 14:11, 12, 13, 15 e 18).
     "Porque, ainda que haja tambem alguns que se chamem deuses, quer no ceu quer na terra(como ha muitos deuses e muitos senhores), todavia para nos ha um so Deus, o Pai, de quem e tudo e para quem nos vivemos; e um so Senhor, Jesus Cristo, pelo qual sao todas as coisas e nos por ele".(I Corintios 8:5-6).
     O Apostolo Pedro repreendeu o centuriao Cornelio que o venerou, pois este privilegio de adoraçao so deve ser atribuido a Deus e nao a homem algum: "E aconteceu  que, entrando Pedro, saiu Cornelio a recebe-lo e, prostrando-se a seus pes, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: levanta-te, que eu tambem sou homem".(Atos 10:25-26).
     O anjo do Senhor nao admitiu receber adoraçao do Apostolo Joao na ilha de Patmos: "E eu lancei-me a seus pes(do anjo) para o adorar; mas ele disse-me: olha nao faças tal; sou teu conservo e de teus irmaos, que tem o testemunho de Jesus; adora a Deus; porque o testemunho de Jesus e o espirito da profecia".(Apocalipse 19:10).
     Segundo Flavio Josefo, no ano 44 d.C., Herodes Agripa I(de 54 anos) ouviu os enviados de Tiro e Sidon(cidades da Fenicia) no anfiteatro de Cesareia. A populaçao paga e bajuladora, aclamou o rei como Deus, desencadeando o castigo divino: "E num dia designado, vestindo Herodes as vestes reais, estava assentado no tribunal e lhes fez um discurso. E o povo clamou: voz de Deus e nao de homem. E no mesmo instante feriu-o o anjo do Senhor, porque nao deu gloria a Deus, e, comido de bichos, expirou".(Atos 12:21-23).
                                                  Bibliografia.
                          Wickipedia-enciclopedia livre/ Antinoo
                           Historia do Imperador Adriano-online
                          Historia dos Hebreus-Flavio Josefo-obra completa.
                          Historia de Roma-antiguidade classica II-3ª ediçao
                          Roma Imperial- Moses Hadas-biblioteca de historia universal.
                         O sinal e o numero da besta-online
                         Comunidade vida/pergamo-online
                         Dicionario da Igreja Primitiva-Joao Apostolo-online
                         Historia Eclesiastica-os primeiros 4 seculos da Igreja Crista-Eusebio de Cesareia.
    
    

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

CULTO AO IMPERADOR.-I PARTE

     A glorificaçao do imperador morto e a divinizaçao do soberano vivo sao dois(2) aspectos de um novo culto introduzido em Roma na epoca imperial: o Culto ao Imperador.
     Para venera-los, praticavam-se todo o tipo de torneios esportivos.
     Essas ideias plenamente aceitas no mundo grego, remontavam, no oriente, a epocas bem distantes. O bom-senso de camponeses dos romanos nao as aceitou prontamente. Mas, aos poucos, Roma foi se habituando.
     Em plena expansao romana, durante a Republica, magistrados romanos ja haviam recebido honras divinas nas cidades gregas e asiaticas.
     O general Caio Julio, conhecido posteriormente como Julio Cesar, depois de conquistar a Galia(atual França), a Bretanha(atual Inglaterra), atravessar com suas tropas o rio Reno e penetrar nas florestas da Germania(atuais Holanda e Alemanha), ficou coberto de glorias, sendo querido do povo romano e endeusado por seus soldados.
     O nome "Cesar" significa 'Senhor'. Este titulo foi herdado deste general, Julio Cesar. Integrou o primeiro triunvirato romano em 59 a.C., com Pompeu e Crasso. Depois governou sozinho como ditador. Ja apos a batalha de Farsalia, varias cidades da Asia, especialmente Efeso, celebraram o general Julio Cesar(100-44 a.C.) como deus," filho de Ceres e Afrodite, salvador de todos os homens." Na propria Roma, em 45 a.C., foi gravado ao pe de uma estatua do ditador a inscriçao: "Ao deus invicto". Apos o assassinato de Julio Cesar, a multidao reclamou a sua divinizaçao. O Senado e os Comicios oficializaram o 'deus Julio' entre os deuses da cidade, em 29 a.C.
     Foram doze(12) os Imperadores com o titulo de "Cesares":
    1) Augusto(Caio Julio Cesar Otavio Augusto)-31 a.C.-14 d.C.(Lucas 2:1). Naturalmente nao se opos a essa glorificaçao, contudo a estimulou, pois, consagrando a glorificaçao de seu pai adotivo, Otavio, por antecipaçao, assegurou a sua e a de seus sucessores. Em 27 a.C., obtem o imperio proconsular nas provincias imperiais e recebe do Senado o titulo de "Augustus"(Augusto), que significa 'sublime', 'venerado', 'Altissimo', dando-lhe uma aureola sagrada, recebendo a igualdade das divindades. No seu reinado, Jesus nasceu. Flavio Josefo, escritor e historiador judeu(37-103 d.C.), autor do livro Antiguidades e Guerra Judaicas, fez alguns relatos dos jogos realizados em veneraçoes e homenagens aos imperadores. No ano 41 a.C., Herodes passou a tetrarca da Galileia(territorio de Issacar, Zebulom, Aser e Naftali), por nomeaçao de Marco Antonio. No ano 37 a.C., este magistrado romano com auxilio de Socius, seu general, conseguiu tomar Jerusalem(cidade do sul da Palestina, capital de Israel e Juda). Marco Antonio(82-31 a.C.), fazia parte do 2º triunvirato juntamente com Otavio e Lepido, dividindo o poder em Roma. Marco Antonio vai para o Egito, desobedecendo as ordens desses dois consules. Travou-se uma batalha naval em Actio, no dia 02 de setembro do ano 31 a.C.. Devido a sua derrota, Marco Antonio suicidou-se.
     Herodes, o Grande, governador da Judeia, homenageou o vitorioso magistrado, que seria o futuro imperador de Roma, com um eloquente e sensato discurso e instituiu tambem jogos, lutas e corridas, que a partir de entao se fariam a cada cinco(5) anos em honra de Otavio. Mandou construir para esse fim um Circo(hipodromo) em Jerusalem e um grande anfiteatro fora da cidade. Estes dois edificios eram soberbos, contrarios aos costumes judaicos, que nao permitiam assistir semelhantes espetaculos. Como Herodes queria tornar celebres esses jogos, mandou publica-los nao somente nas provincias vizinhas, mas tambem nos lugares mais afastados, com promessa de grandes recompensas para os que obtivessem a vitoria. Vieram entao de todas as partes os candidatos a luta e as corridas.......homens peritos em corridas de bigas, com uma parelha(par) de cavalos, outros com duas, tres e ate quatro; outros corriam em cavalos muito velozes. Nada se podia acrescentar a magnificencia e aos cuidados de que Herodes usava para tornar esses espetaculos os mais belos e os mais agradaveis do mundo. O Circo era rodeado de inscriçoes em louvor de Otavio e de trofeus das naçoes que ele tinha vencido.....mandou tambem vir de todas as partes grande quantidade de animais ferozes, como leoes e outros animais cuja força extraordinaria ou outra qualidade rara suscitava admiraçao e curiosidade. Fazia-os lutar uns contra os outros e as vezes, com homens condenados a morte. Esses espetaculos nao causavam menor prazer do que admiraçao aos estrangeiros. Mas os judeus os consideravam como uma deturpaçao e uma corrupçao da disciplina dos seus antepassados(Abraao, Isac e Jaco).Nada lhes parecia mais impio do que expor homens ao furor das feras por um prazer tao cruel e abandonar seus santos costumes, para abraçar os de naçoes idolatras.
     2) Tiberio(Tiberio Claudio Nero): 14-37d.C.(Lucas 3:1). O ministerio de Jesus e o começo da igreja ocorreram no seu reinado. Reinou com Otavio Augusto de 11 a 14 d.C. Seu "ano 15" de Lucas 3:1 e contado a partir de 11 d.C.
     3) Caligula(Caio Julio Cesar Germanico Caligula): 37-41 d.C.  Caligula significa: "botinhas".
     No ano 39 d.C., Caligula desenvolveu muitas mudanças muito controvertidas no seu governo que fizeram da religiao um importante elemento do seu papel politico. Se auto-investiu de divindade, promulgando um decreto de que sua estatua fosse erigida em todos os templos do imperio romano. Caligula começou a relizar as suas apariçoes publicas vestido do deus ou semi-deus, como: Hercules, Mercurio, Venus, Apolo. Referia-se a si mesmo como um deus quando comparecia perante os senadores e ocasionalmente aparecia nos documentos publicos com o nome de Jupiter. Erigiu tres(3) templos dedicados a si mesmo: 2 em Roma e 1 em Mileto(provincia da Asia). No Forum, o templo de Castor e Polux foi vinculado diretamente a residencia no Palatino e dedicado a Caligula. Foi nesta epoca que começou a aparecer perante o povo como deus. A politica religiosa deste imperador rompia totalmente com o de seus antecessores. Segundo Diao Cassio(155-229 d.C.), historiador romano, os imperadores podiam ser adorados no oriente, enquanto os imperadores mortos podiam ser adorados em Roma. Caligula foi muito alem ao obrigar o Senado e o povo a render-lhe culto em vida.
     Nao se contentava com as grandes honras, que se costumavam a dar aos homens, mas podia aspirar as que se davam aos deuses e, diz-se que para se justificar de tao grande pretensao, assim raciocinava: "Como aqueles que conduzem manadas de bois, rebanhos de carneiros e cabras, nao sao nem bois, nem carneiros, nem bodes, mas homens de uma natureza infinitamente mais digna e superior a dos animais, assim do mesmo modo, os que governam a todos os homens, a todas as criaturas do mundo, merecem ser considerados como sendo mais que simples homens e devem ser tido por deuses". Passou a se igualar as divindades romanas, como os deuses Baco, Hercules, Castor e Polx(dois filhos de Jupiter), Tritao, Anfiauro, Marte, etc). Zombava de seus oraculos e de suas cerimonias e as tirava deles, para atribui-las a si mesmo. Realizava em honra propria muitos jogos de competiçao: hipismo, corridas de bigas, combates de gladiadores, etc Chegou a participar nos combates "arrajados" de gladiadores.
     Em todas as terras ocupadas pelos romanos, os judeus era o unico povo que se recusou a cumprir as leis do imperador, fora os cristaos. Nenhum judeu profanaria o Templo sagrado com a estatua de um homem que se auto-proclamava a mais recente divindade de Roma. Furioso com a recusa dos judeus em obedecer sua ordem, Caligula ameaçou destruir o Templo Sagrado. Uma delegaçao de judeus foi ate ele, na tentativa de apazigua-lo, o que nao conseguiram. Ameaçou extermina-los, acusando-os, de serem inimigos dos deuses, o unico povo que se recusou a reconhecer sua condiçao de divindade. Felizmente, Caligula foi assassinado, salvando os judeus de uma provavel confrontaçao militar com o imperio romano.
     4) Claudio(Tiberio Claudio Druso Nero): 41-54 d.C.(Atos 11:28).
     5) Nero(Nero Claudio Cesar Augusto Germanico): 54-68 d.C. (Atos 25:11; 26:32; Filipenses 4:22: II Timoteo 4:17: I Pedro 2:17).
     Nero para se auto-idolatrar mandou construir uma imensa estatua de si proprio toda em bronze, medindo 35 metros de altura. Para satisfazer seu ego, competiu nos jogos olimpicos, na Grecia, e instituiu em Roma os "Jogos da Mocidade"(59 d.C.) e os "Jogos Neronias"(60 d.C.), copias das competiçoes gregas.
     6) Galba(Servio Sulpicio Galba): 68-69 d.C.
     7)Oto(Marcos Salvio Oto): 69 d.C.(Reinou so 95 dias).
     8) Vitelio(Aulo Vitelio): 69 d.C.(Reinou ate dezembro de 69 d.C.)
     9) Vespasiano(Tito Flavio Vespasiano): 69-79 d.C.
     Ao norte do Forum romano(centro politico da antiga Roma do seculo VI a.C.), erguia-se o templo do imperador Vespasiano divinizado.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

OS JOGOS CARNEIOS- II PARTE.

     O etnologos, estudiosos da raça humana, admitem a origem religiosa dos jogos(a escola data do seculo XIX).
     O esporte(jogo) ocupava lugar de destaque na educaçao dos atenienses e espartanos. Em esparta, toda a criança recem-nascida era examinada para que, uma vez constatada qualquer deficiencia fisica, fosse posta em isolamento ou ate morta. As maes cuidavam dos filhos ate aos 7 anos de idade. Aos 12 anos, os meninos eram abandonados em grandes rechedos, nus, desarmados e sem comida. Aqueles que conseguiam sobreviver, voltavam a Esparta aos 18 anos e permaneciam como cidadaos de 2ª classe ate aos 30 anos. Sobrevivendo ate aos 30 anos, o espartano tornava-se oficial e exercia todos os direitos de um cidadao completo, como: voto, casamento e procriaçao.
     As relaçoes amorosas entre adolescentes e rapazes mais velhos eram comuns e ate incentivados. Os adultos eram considerados guias intelectuais dos mais novos. Esses guerreiros faziam a separaçao total entre sexo por prazer(com outros homens) e para reproduçao(sexo com mulheres). Ate aos 30 anos, o homem so tinha permissao para realizar sexo com outros homens: ainda nao provou o seu direito de se reproduzir. Sobrevivendo ate essa idade, podeira escolher sua mulher e engravida-la, ou, se nao conseguisse ter filhos, casava-se com um companheiro de armas do exercito. Essa e  provavelmente um dos motivos para serem guerreiros tao terriveis: lutavam lada a lado, nao com um desconhecido, mas com o seu amante nas batalhas.
     Em Esparta, havia Palestras(locais onde os atletas preparavam-se para as competiçoes e praticas de exercicios fisicos) e Ginasios(onde competiam com lançamento de dardo, disco e peso; saltos a distancia, lutas, corridas, nataçao), compreendendo um extenso programa de provas esportivas. Os jogos de bola eram tao variados e populares nesta cidade. Os termos 'jogador de bola' e 'rapaz' equivaliam-se. Nas Palestras construiram-se recintos especiais para os jogos de bola, com o nome 'Sphairistia' e os professores denominavam-se 'Sphairistai'.
     No seculo VII a.C., houve modificaçoes nos torneios  para que as mulheres tambem pudessem competir. Coube ao legislador Licurgo a decisao de que ....."as mulheres, como os homens, devem medir entre si a força e a rapidez, pois a missao das mulheres livres e gerar filhos vigorosos". Nos Jogos Delios, realizados em Delos(a menor das ilhas Ciclades do mar Egeu), em louvor ao deus Apolo, elas participavam de corridas a pe, por categoria segundo a idade, cumprindo um percurso equivalente a 160 metros.
     A origem do jogo do soco ou pugilato, como os gregos praticavam, esta situado em Esparta. Os espartanos combatiam protegidos apenas por um escudo e, por causa disto, era treinados em defesa e aplicaçao de golpes com os punhos. O pugilato teria o objetivo de acostumar os guerreiros a apurar os golpes com o braço esquerdo, o do escudo, e golpear com o braço direito, o da espada. Nos jogos gregos, tal treinamento foi transformado numa luta de morte: o Pancracio(misto de vale-tudo e pugilismo). Pancracio vem do grego "Pankration", que significa "Poderes Totais" ou "Todo-Poderoso". O pancrata seria alguem tao forte, invencivel, poderoso. Da luta dos atletas, surgiu esta modalidade, tipo de luta violenta e sanguinaria. O deus padroeiro da luta era Hermes. Este misto de vale-tudo e pugilismo foi introduzido na 25ª Olimpiada(680 a.C.), sendo tambem implantado na 41ª Olimpiada, em 612 a.C., para jovens atletas. Nao havia divisao por peso. Altura e peso foram sempre os requisitos fundamentais para os pugilistas da Grecia antiga.
     Segundo Tucidides(460-400 a.C.), historiador grego que escreveu sobre a guerra do Peloponeso(431-404 a.C.) e aos espartanos que devem ser atribuidas duas(2) inovaçoes que seriam adotadas por todos os gregos: 1) A nudez completa do atleta nas competiçoes; 2) O uso de oleo no corpo nas lutas dos estadios.
     Esparta possuia rivalidade com outras cidades-Estado(Polis), principalmente Atenas, nao so no campo politico e cultural, mas tambem na pratica dos antigos jogos.
     O Pancracio legou a historia dos combates com punhos, um capitulo de tragedias. Rara era a luta em que nao morria um dos lutadores. Foi do Pancracio que alguns atletas foram coroados mesmo depois de morto. Foi o caso de Creugas de Epidamno, que teve as entranhas arrancadas por um golpe de outro lutador Damoxeno de Siracusa, no final de uma luta que ja durava um(1) dia, Damoxeno, o vencedor, combatera com a intençao de matar, segundo a opiniao dos juizes. Acabou expulso do estadio, enquanto o cadaver de seu adversario recebeu os louros da vitoria. Os primeiros lutadores gregos nao eram pagos, como ocorreu anos mais tarde. No incio, a gloria era a unica recompensa.
     Os espartanos eram particularmente vidrados por tais demonstraçoes de força bruta. Seus campeoes nao apenas ficavam com a maior parte dos premios conquistados nos primeiros anos dos jogos olimpicos, como revesavam nas vitorias com os messenios nas olimpiadas dos anos de 772 a.C. ate 700 a.C.(2ª a 20ª olimpiada). Os atletas espartanos treinavam intensamente para sempre vencerem nos jogos olimpicos em Olimpia(Elida), sul da Grecia. No ano 708 a.C.(18ª olimpiada) venceram nas provas do pentatlo e luta corporal.
     Os espartanos tambem participavam dos jogos piticos, em Delfos; jogos istmicos em Corinto; jogos nemesianos, em Nemeia.
     Esparta teve um papel importante no retorno dos extintos jogos olimpicos, em Olimpia, distrito da Elida. Ifito, rei da Elida, enviou mensageiros a consultar a vontade do deus Apolo, atraves do oraculo de Delfos, desesperado com a peste e guerras que destruiam todo o Peloponeso(Grecia do sul). Recorreu a Pitia, adivinhadora que interpretava a vontade do deus, para saber o que era precioso fazer para conter a furia dos deuses. Pitia declarou ao monarca que restituisse os antigos jogos que foram abandonados por seus antepassados. Neste mesmo ano, em 884 a.C., com auxilio do rei Licurgo, de Esparta e o rei Cleostenes, da cidade de Pisa(Grecia), foram ressuscitados os jogos heracleos. Foi instituida a tregua sagrada, que seria estritamente respeitada durante a realizaçao das olimpiadas, para que os atletas e espectadores pudessem viajar aos jogos de forma segura.
     Em honra ao deus Apolo, Esparta celebrava outras festas espartanas: 1) As Gymnopedias; 2) As Lacintias. Essas festas eram tao importantes que davam nome aos meses espartanos e interrompiam ou adiavam uma guerra. As referidas cerimonias eram ocasioes solenes do Estado espartano e contavam com a obrigatoria  presença de varios segmentos sociais. Em geral, as festas continham danças, lutas entre jovens, etc Essas cerimonias eram realizadas na presença de convidados estrangeiros. As competiçoes de coros de mulheres e homens formaram a base na qual o poeta Alcman inspirou-se para elaborar a maioria dos seus versos.
     O escritor Michael Petterson analisou o carater de cada uma dessas festas e concluiu que as mesmas tinham como funçoes principais reforçar os laços de irmandades entre os espartanos e garantir a boa produçao das futuras colheitas de graos.
     Em 464 a.C., ano em que os espartanos iriam realizar mais uma festividade dos jogos carneios, Deus enviou um terrivel terremoto na cidade de Esparta. Segundo o historiador Tucidides, esta catastrofe ocorreu devido a ira do deus Posseidon, por causa do assassinato de um hilota(escravo pertencente ao Estado) dentro do templo dessa divindade: "E houve tremor no arraial, no campo e em todo o povo; tambem a mesma guarniçao e os destruidores tremeram e ate a terra se alvoroçou; porquanto era tremor de Deus".(I Samuel 14:15).
     "Entao se abalou e tremeu a terra. os fundamentos dos ceus se moveram e se abalaram, porque ele(Deus) se irou".(II Samuel 22:8).
     Devido a conversao do Imperador Teodosio I, ao evangelho de Jesus Cristo, foi decretado a proibiçao das praticas dos jogos carneios, a adoraçao a imagem desta divindade e  extinçao dos demais divertimentos  criados para cultuarem os idolos, no ano 393 d.C. No ano 395 d.C., o filho de Teodosio Flavio Arcadio, Imperador do oriente, envia tropas dos seus aliados, os Godos, para  a Grecia, com o objetivo de destruir tambem em Esparta, os idolos e tambem os estadios e demais construçoes de praticas esportivas. Dos anos 440/450 d.C., os cristaos terminam por destruirem os altares, templos e estadios que porventura ainda estavam de pe, em Esparta e demais cidades gregas.

                                      Bibliografia.
                                      Enciclopedia Mirador-1975-Sao Paulo-volumes: 04, 08 e 13
                                      A historia da civilizaçaoII-Nossa herança classica Will Durant-2ª ediçao-1939
                                      A civilizaçao grega na epoca arcaica-historia antiga-1983-5ª ediçao
                                      Historia da Grecia-antiguidade classica I-2ª ediçao-1972
                                      Ta-hiera-uma cronologia resumida da perseguiçao- online

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

OS JOGOS CARNEIOS- I PARTE

     Do grego "Agon"= competiçao;  sarx=carne+ sufixo: "eios" ou "eias"=pertencente, portanto: "Combate ou competiçao pertencente a carne. Do latim "Jocus" ou "ludus"= jogos  ou divertimento; "Carnis"=carne; "eios"= pertencente, ou seja, divertimento pertencente a carne.
     Eram torneios esportivos consagrados ao deus Carneios, realizados na cidade de Esparta, localizada no sul da peninsula grega(Peloponeso), regiao da Laconia, banhada pelo rio Eurotas.
     A cidade de Esparta foi fundada no seculo X a.C., pelo povo dorico(originario dos indo-europeus), adquirindo tambem a crença dos deuses cultuados pelos conquistadores. Foi o caso do deus carneios, adorado pelos dorios ha 1200 a.C. O povo aqueu ja venerava esta divindade ha 1700 a.C.
     Com o tempo, os filosofos e autores gregos associaram carneios ao deus Apolo, em processo semelhante que os proprios gregos fizeram, dizendo encontrar o heroi mitologico Heracles(Hercules, deus da força fisica) em todas as naçoes por onde percorreram: 1) Bel ou Baal(Siria); 2) Melkart(Tiro, na Fenicia); 3) deus Djom(Egito); 4) deus Rama(India); 5) deus Ogmios(Galias).
     Uma barca, atravessando o rio Eurotas, contendo a estatua de Apolo-Carneios, enfeitada com coroas de flores, era levada por toda a cidade. Diz a tradiçao, que o deus Apolo castigou Esparta com uma peste, so cessando quando foi instituido os jogos carneios.
 Segundo Pausanias(historiador e geografo grego, do seculo II a.C., que escreveu o livro "Descriçao da Grecia", tratado dos templos, cerimonias religiosas e as glorias da Grecia antiga),  os jogos carneios ou as Carneias, como eram tambem conhecidos, buscam aplacar a ira dos deuses e restaurar a comunhao entre o povo espartano. Segundo Pindaro(518-438 a.C.), poeta lirico grego, estas festividades tambem eram celebradas na cidade dorica de Cirene, no norte da Africa, relatada em uma de suas odes(composiçao em verso a ser cantada), aparecendo no hino de Calimaco ao deus Apolo.
     Durante as festas nos anos 676-673 a.C., ocorriam dois(2) tipos de competiçoes: 1) corridas, pugilismos, lutas corporais, lançamento de dardo e disco, etc nos moldes dos 26º jogos olimpicos(676 a.C.), realizados em Olimpia, na Elida, em honra ao deus Zeus; 2) Competiçoes musicais e representaçoes teatrais nos moldes dos jogos piticos realizados em Delfos(Focida), Grecia Central, realizados em 677 a.C.(54º jogos piticos) em honra ao deus Apolo. Na celebraçao das Carneias, havia tambem danças juvenis e eram sacrificados carneiros a esta divindade.
     Os jogos carneios começavam no 7º dia do mes de carneios e duravam 9 dias. Para cada uma das tribos espartanas, 5 homens solteiros(kametai), na faixa de 18 a 30 anos, eram escolhidos como ministros durante 4 anos, periodo em que nao podiam casar-se. Alguns 'kameatai' eram tambem 'Staphylomai'(ou corredor de uvas). Durante o festival, os corredores de uvas deveriam agarrar um homem que usava uma coroa de folhas de uvas, dai o nome; agarrar este homem coroado significava sorte na proxima colheita.
     Durante os jogos ao deus Apolo-Carneios, nenhum espartano podia deixar o territorio da cidade-Estado(Polis) e os governantes nao podiam liderar expediçoes militares ou declarar guerra. No ano 490 a.C., os espartanos recusaram-se a auxiliar a cidade de Atenas na Batalha de Maratona contra os persas, devido a estas festas em honra a esta divindade. Os relutantes aliados chegaram no dia seguinte, explicando que o pedido de ajuda chegara durante o festival religioso. Adiaram a partida ate o final das cerimonias. Ninguem contestou esta argumentaçao, pois a veneraçao aos deuses prevalecia sobre qualquer obrigaçao. Apesar disso, os espartanos prosseguiram ate a planicie de Maratona para examinar o campo de batalha e prestar homenagem aos 192 atenienses mortos.
     O mesmo ocorreu em 480 a.C., Leonidas(17º rei de Esparta), na ocasiao da invasao persa nas Termopilas(Grecia Continental), se viu impossibilitado de enviar tropas espartanas para a guerra, devido a esta celebraçao a Apolo, quando os combates sao proibidos. Decidiu enfrentar os invasores com apenas a sua guarda pessoal(os 300 espartanos) e os aliados que conseguiu em aldeias vizinhas: 700 Tespios e talvez outros 3300 combatentes. Leonidas dispensou 2700 aliados, ja que nao sentia neles a coragem para pelejar. O curioso e que neste mesmo dia, ocorria a 75ª Olimpiada em louvor ao deus supremo Zeus. Tao sagradas e importantes se tornaram os jogos olimpicos, que nem mesmo a invasao persa os interromperam. Uma das celebres batalhas da antiguidade, sob as ordeus do rei Xerxes, no ataque direto a Grecia continental, conseguiu mobilizar a atençao dos gregos. Enquanto centenas de gregos opunham resistencia a passagem do exercito do general Assuero(Xerxes), filho do rei Dario, milhares de gregos assistiam  as Olimpiadas, em Olimpia, aplaudindo a vitoria do lutador Teogenes de Tasos(uma das ilhas do mar Egeu), que, exatamente no dia da batalha, conquistou a coroa de louros na luta do Pancracio. Um dos persas exclamou, dirigindo-se ao seu general: "Ceus! Que especie de homens sao estes contra os quais nos troxestes para lutar! Homens que brigam entre si nao por dinheiro, mas por honra!" Naquele momento de guerra, os 45 mil gregos que assistiam os jogos, deveriam estar todos nas Termopilas e nao em Olimpia(sul da Grecia). Os gregos seguiam religiosamente a lei das olimpiadas que proclamavam a tregua sagrada e cessavam as hostilidades entre todos os inimigos da Grecia. Embora se tratasse de um inimigo externo(nao-heleno) e de uma situaçao de exceçao, Leonidas(491-480 a.C.) e seus soldados nao receberam reforços e foram massacrados na batalha das Termopilas pelo exercito de 250 mil persas.
     Segundo o historiador grego Tucidides(460-400 a.C.), houve suspensao de expediçoes espartanas em outras ocasioes:
     1) No ano 419 a.C., a cidade de Argos entrou em conflito com a cidade de Megara(ambas no Peloponeso). Esparta chefiava uma confederaçao de cidades- a 'Liga do Peloponeso'- que reunia cidades do sul da Grecia e Grecia central, que incluia a metropole de Megara, logo Esparta era obrigada a auxilia-la nesta batalha. Todavia, devido a estes jogos nao foi possivel obter tropas espartanas.
     2) Em junho de 418 a.C., na batalha da cidade de Mantineia(aliada de Esparta), quando o rei espartano Plistonacte, acudindo Tegea como forma de socorrer o restante das tropas aliadas contra as forças atenieneses, recebeu ordens para retirar suas tropas, por estar proximo das comemoraçao das carneias. Mesmo assim, os aliados de Esparta venceram seus inimigos.
     Apolo tinha um enorme monumento, o Trono de Apolo, na aldeia de Amyclai, construido em 530 a.C., medindo 7 metros de altura,sendo o maior e principal edificaçao da regiao da Laconia. Alem disso, o culto de Apolo estava presente em todas as festas realizadas em Esparta.
     O ritual grego mostrava-se tao variado como os deuses por ele honrado. Os deuses ctonicos, ligados a terra, eram favorecidos com ritos sombrios, que tinham por objetivos aplaca-los ou afugenta-los. Agora, os deuses olimpicos, como Apolo, eram reverenciados com alegres rituais de acolhimento e louvores, oferecendo-lhes os variados jogos de competiçao.
     O templo nao era algo para beneficio da congregaçao e sim so do deus. Como casa do deus, nele construiram estatua, diante de uma chama que jamais se apagava(representaçao viva e espiritual da deusa Hestia). Com frequencia o povo identificava a divindade com a estatua: lavavam-na, vestiam-na e serviam-na com cuidado, repreendendo-a muitas vezes como culpada de negligencia; e corriam entre o povo historias de que a estatua suava, chorava, fechava os olhos. Nos arquivos dos templos, conservava-se a historia dos festejos do deus, bem como dos fatos mais importantes da vida da cidade ou do grupo que o adorava; foi esta a fonte e a primeira forma de historiografia grega.
     A cerimonia do idolo consistia em procissao, canticos, sacrificios de animais, oraçoes, diversos jogos e as  refeiçoes sagradas. Exibiçao de magicas, festas onde participavam pessoas mascaradas, representaçoes teatrais(dramaticas), podiam fazer parte da festa. Tendo chegado ao altar, em regra na frente do templo, os adoradores procuravam por meio de sacrificios, evitar a colera ou conquistar o auxilio do deus.
     Grupo ofereciam os frutos dos campos, das vinhas ou das arvores; com maior frequencia escolhiam um animal agradavel ao paladar da divindade; as vezes, em ocasiao de grandes necessidades, chegavam a sacrificar seres humanos. Os espartanos celebravam os festejos da deusa Artemis Ortia(divindade da caça), reunindo meninos em seu altar e, chicoteando-os, as vezes, ate a morte. Sacrificavam-lhe cavalos, para que Apolo se retirasse do ceu em sua carruagem flamejante.
     Por conta de todo esse fervor, os sacerdotes tinham um papel importante em Esparta. Cada um dos dois(2) reis de Esparta(Agidas e Euripontidas) tinham seus proprios estatutos de sacerdotes. Eram responsaveis por realizar os sacrificios publicos, que, para os espartanos, tinham uma funçao crucial no desenrolar de uma guerra. Antes da partida de um exercito, oferecia-se um sacrificio ao deus supremo Zeus, quando a tropa cruzava as fronteiras realizava-se mais um holocausto a Zeus e outro a deusa Atena(padroeira da cidade); e no momento antes da batalha começar, fazia-se uma sacrificio ao deus Ares Enyalios(deus da guerra).
     A religiao era outra marca muito forte nesta cidade e por conta da quantidade de templos e santuarios encontrados por historiadores e arqueologos, alem de relatos da epoca, acredita-se que o carater religioso  era mais forte em Esparta do que em outras cidades-Estado da Grecia. Foram encontrados 15 estatuas de deuses, 4 altares, 22 templos erguidos a herois(Hercules, Aquiles, Agamenon, os gemeos Castor e Pollx, etc) e 43 templos dedicados a divindades. Por ser uma metropole que valorizava muito a figura  da mulher, as divindades femininas eram muito cultuadas. Haviam templos dedicados a diferentes deuses: Atena, Afrodite, Artemis, etc.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

ESPORTE E EXALTAÇAO AO SER HUMANO- III PARTE.

     O Imperador Nero(37-68 d.C.), aos 22 anos de idade, era dotado em poesia, musica, teatro e jogos atleticos. Admirava os concursos de habilidades fisicas e artisticos dos gregos e quis introduzi-los em Roma. Amava muito os prazeres e glorias deste mundo. No ano 59 d.C., instituiu os "Ludi Invernales" ou  "Jogos da Mocidade" e no ano 60 d.C., inaugurou as "Neronias", ou seja, torneios nos moldes das festas quadrienais de Olimpia, com corridas de cavalos(hipismo), corridas a pe, salto a distancia, lançamento de dardo e disco, pugilismo e musica na qual estavam incluidas as oratorias e poesia. Construiu um anfiteatro, um ginasio(estilo grego) e um banho publico(terma) de grande magnificencia e como praticasse ginastica e fosse um corredor de biga dos mais animados, resolveu competir nos jogos da Grecia.
     Nero saiu de Roma no ano 65 d.C. para competir nos jogos olimpicos em Olimpia e fazer um itinerario de visitas  neste pais. Observou que os gregos sao os unicos homens que tem ouvidos para a musica. Em Olimpia conduziu uma quadriga(carruagem puxada por quatro cavalos), caiu e quase foi esmagado, mas ergueu-se, retomou a carruagem e prosseguiu ainda por algum tempo, abandonou a prova antes do fim. Os juizes mesmo assim, deram-lhe a coroa do triunfo. Felissimo com os aplausos do publico, anunciou que dali por diante nao so Atenas e Esparta como toda a Grecia seria livre, isto e, nao pagaria tributos a Roma. As cidades gregas corresponderam-lhe ao gesto realizando em um mesmo ano, os jogos istmicos, piticos e nemesianos. Nero tomou parte em todos como cantor, ator, harpista e atleta. Religiosamente, obedecia as regras de varias competiçoes, mostrava-se muito cortes com os oponentes e dava-lhes a cidadania romana como consolaçao de suas invaraveis derrotas. Muitos tambem desistiam das competiçoes, por medo do imperador. Em meio a estadia na Grecia, recebeu noticia de que a Judeia estava rebelada e todo o Oriente fervia. Nero suspirou e prosseguiu em seu itinerario. Quando cantava em um teatro "ninguem tinha permissao de levantar-se nem pelos motivos mais urgentes". Isso fez com que algumas mulheres dessem a luz na plateia e outros se fingiam de mortos para serem retirados. Alarmado com mais noticias de rebelioes e conspiraçoes, voltou a Roma em 67 d.C., entrando em triunfo, exibindo como trofeus os 1808 premios conquistados na Grecia. Neste mesmo ano, mandou decapitar o Apostolo Paulo e no dia 29 de junho deste mesmo ano, mandou crucificar o Apostolo Pedro.  Em março de 68 d.C., Julio Vindice, governador gaules de Liao, proclamou a independencia da Galia. Em abril, Galba, comandante do exercito romano da Espanha, ligara-se a Vindice e marcharam para Roma. Sabedor que a Guarda Pretoriana estava pronta para abandonar Nero em troca de remuneraçao, o Senado proclamou Galba como Imperador. Nero fugiu para os jardins servilianos, na entrada para Ostia. Todos o abandonaram, levando-o ao suicidio para nao ser capiturado pelas tropas de Galba, em 68 d.C.
     Durante dois(2) dias seguidos, 44 pareos, entre os parelheiros(cavalos tratados para disputar corridas) despertavam a atençao popular. Roma inteira, quando as disputas se aproximavam, dividia-se em facçoes ou cores, sobretudo, a vermelha e a verde. Por toda a parte, nas escolas, nas salas de conferencias, nas praças, metade da conversa recaia sobre joqueis favoritos e cocheiros, cujos retratos andavam por toda a parte e cuja vitoria era anunciada no "Acta Diurna".  Os vencedores tinham estatuas nas praças.
     O fanatismo popular pelos jogos nos Circos romanos deve ter ultrapassado todos os limites do possivel e imaginavel, superando ate o entusiasmo cego dos nossos dias pelo futebol, pois, os escritores da epoca, como testemunhas oculares, falam da loucura e o delirio e contam que o panico do publico no Circo apos a derrota de um favorito, era pior do que a derrota  em campo de batalha, diante do inimigo vitorioso.
     Roma ficou bastante decepcionada quando o Imperador deixou de tomar partido, mostrando desinteresse em torcer ou pelos "azuis", ou pelos "vermelhos", ou mesmo pelos "verdes" ou "brancos", nas corridas de bigas. Diz-se que Julio Cesar(prefeito de Roma) perdeu muita popularidade quando despachou com seus ministros na tribuna do Circo, ao inves de torcer por uma das cores preferidas. O mais notorio de todos os que se exibiram no Circo, guiando um carro de corrida, foi o proprio Imperador Nero. Essa exibiçao prejudicou-o muito junto ao povo romano e constituiu um dos piores de todos os erros de sua desastrosa administraçao. Seneca(4 a.C.-65 d.C.), filosofo romano e mestre de Nero, desaprovou-o e tentou transferir as exibiçoes do Imperador para um estadio particular. As massas nao gostavam de ver o imperador despachar com seus ministros no Circo, todavia ficavam entusiasmadas ao ve-lo torcer pelas "cores" nas competiçoes, porem, em hipotese alguma admitiam que se exibisse na pista de corrida. Ali ainda  preferiam um cavalo com o titulo de consul.
     Nas comunidades menores, os jogos eram realizados na praça do mercado, porem, toda a cidadezinha, cujas posses permitiam a construçao de um Circo, orgulhava-se de possui-lo, fato observado nao somente na Italia propriamente dita, todavia, em toda a parte do mundo em que pisaram os exercitos romanos.
     O historiador neelandes Jan Huizinga(1872-1945) comenta os jogos em seu livro "Homo Ludens"(1938) e ressalta em particular a emoçao coletiva que produziam, dizendo:  "A coletividade romana nao podia viver sem os jogos, que integravam sua existencia, como o pao de cada dia. Eram jogos religiosos. Era sagrado o direito do povo aos jogos. Sua funçao primitiva nao era apenas comemorar festivamente um bem ja conquistado pela coletividade, mas, simultaneamente, reforçar e garantir o futuro, mediante o ato religioso. O fator jogo  sobreviveu ali em sua forma antiquada".
     Os jogos convidam a cada um desenvolver em si aquilo que o pudessem distinguir da massa de seus semelhantes. O jogo e uma competiçao em que se firmam as qualidades do individuo e sua superioridade sobre os demais. Vejamos o que disseram os intelectuais gregos, grandes incentivadores dos jogos:
     1) Simonides(556-467 a.C.), poeta lirico: "Ter saude e a melhor coisa para um homem; depois vem a beleza da  forma e do espirito".
     2) Homero(850-800 a.C.), escritor da Iliada e Odisseia: "Nao existe maior gloria na vida do homem, viva ele quanto tempo viver, do que a que ele consegue por suas proprias maos e pes"(referentes ao pugilismo e a corrida).
     3) Platao(427-347 a.C.), filosofo: "Para cultivar unicamente a alma e aperfeiçoar nela a coragem e a sabedoria, os deuses presentearam os homens com a musica e a ginastica".
     4) Aristoteles(384-322 a.C.), filosofo: "Os penta-atletas sao os melhores, porque eles sao naturalmente dotados tanto de força como de velocidade". Ele achava que a educaçao do corpo deveria anteceder a do espirito. Aristoteles, persistente torcedor do pentatlo(ou 5 torneios): salto a distancia, lançamento do disco, corrida, luta, lançamento do dardo; dizia: "Todo o corpo, todas as forças empenhadas. Elegancia e robustez".
     5) Xenofontes(430-354 a.C.), general, historiador e filosofo; atribui a Socrates(469-399 a.C.), filosofo e autor classico, o seguinte: "Nenhum cidadao tem o direito de ser amador em materia de adestramento fisico...alem disso, que desgraça e para o homem envelhecer sem nunca ter visto a beleza e a força de que seu corpo e capaz". 
     6) Plutarco(46 d.C-120 d.C.), escritor e Hipocrates(460-375 a.C.), medico, tambem escreveram incentivando os jogos de exercicios.
     Enquanto os gregos e romanos exaltavam o ser humano, atraves dos jogos, elevando-os a categoria de semi-deuses, os servos de Deus, inspirados pelo Espirito Santo, declararam o contrario desses pensamentos e procedimentos que afastam o homem do Criador, pois a gloria tem que ser dada ao Altissimo e nao a criatura, ou seja aos homens. Veja o que disseram:
     1) Abraao(1898 a.C.): "E respondeu Abraao, dizendo: Eis que  agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou po e cinza".(Genesis 18:27).
     2) Jo(1520 a.C.): "Porque Deus....lançou-me na lama e fiquei semelhante ao po e a cinza".(Jo 30:11 e 19).
     3) Isaias(712 a.C.): " Eis que as naçoes sao  consideradas por ele(Deus) como a gota dum balde e como o po miudo das balanças: eis que lança por ai as ilhas como a uma coisa pequenissima.... todas as naçoes sao nada perante ele; ele considera-as menos do que nada e como uma coisa va".(Isaias 40:15 e 17).
     4) Isaias(698 a.C.): "Mas todos nos somos como o imundo e todas as nossas justiças como trapo de imundicia..."(Isaias 64:6).
     5) Daniel(570 a.C.): "E  todos os moradores da terra sao reputados em nada e segundo a sua vontade, ele opera com o exercito do ceu e os moradores da terra; nao ha quem possa resistir a sua mao e lhe diga: que fazes?"(Daniel 4:35).
     6) Apostolo Paulo(60 d.C.): "Temos, porem, este tesouro em vasos de barros, para que a excelencia do poder seja de Deus e nao de nos".(II Corintios 4:7).
     Os jogos despertam no individuo o estimulo de querer ser o melhor(superior), sobressaindo-se sobre os demais participantes, atraindo sobre si sentimentos contrarios ao carater cristao(glorias, exaltaçao, endeusamento, aclamaçao, etc), opondo-se ao que esta escrito: "...Cada um considere os outros  como superiores a si mesmos".(Filipenses 2:3).
     "O Senhor eleva os humildes.....nao tem prazer na força do cavalo, nem se agrada na agilidade do varao(hebraico: "nas pernas"). (Salmos 147:6 e 10).
     "Porque o que entre os homens e elevado, perante Deus e abominaçao".(Lucas 16:15).
     O orgulho e abominaçao aos olhos do Senhor. So Deus pode ter este sentimento de exaltaçao e elevaçao sobre tudo e todos. No ano 1491 a.C., o profeta Moises louvou ao Criador pelo fato de ser superior a toda a força terrena: "Cantarei ao Senhor, porque sumamente se exaltou".(Exodo 15:1).
     O rei Davi, inspirado divinamente, no ano 1018 a.C., dando açao de graças ao Senhor, revelou que so o Altissimo pertence esta virtude: "Exaltado seja Deus, a rocha da minha salvaçao".(II Samule 22:47).
     O Salmista endossou: "Nao a nos, Senhor, nao a nos, mas ao teu nome da gloria..."(Salmos 115:1).
     "Engrandecido seja Deus".(Salmos 70:4).

                                                   Bibliografia.
                            Novo conhecer-dicionario enciclopedio-abril cultural-volume 10-1977
                            A historia da civilizaçao-nossa herança classica-Will Durant
                            A historia dos gregos-1959-Sao Paulo-2ª ediçao-de Indro Montanelli
                            Exercicios fisicos na historia e na arte-Jeryr Jordao Ramos
                            Super abril-esportes-era uma ve em Olimpia

ESPORTE E EXALTAÇAO AO SER HUMANO- II PARTE.

     No pugilismo(boxe), a luta mais violenta, a peleja so terminava quando um lutador perdia a consciencia, desistia ou morria.. Um dos maiores mitos da antiguidade chamava-se Teogenes, da ilha de Thasos. Venceu nas provas de luta, pancracio e pugilato na 78ª olimpiada(468 a.C.) e triunfou, tambem no pugilato da 75ª olimpiada(480 a.C.), no pancracio da 76ª olimpiada(476 a.C.) e na luta da 77ª olimpiada(472 a.C.). Foi coroado varias vezes nos jogos instmicos de Corinto, nos jogos piticos em Delfos e nos jogos nemesianos, em Nemeia. Quando morreu, o povo de Thasos construiu uma estatua em sua homenagem, como era de costume fazer com os grandes campeoes. Outro pugilista da cidade resolveu se vingar dos inumeros socos que recebeu de Teogenes, em vida, e ia toda a noite bater na estatua. Ate que, um dia, ela se soltou e caiu sobre ele, matando-o. Os filhos do rival vingativo,  derrotado ate mesmo pela memoria de Teogenes, processaram a estatua por assassinato. Isso soa estranho hoje, mas fazia sentido pela lei grega. A peça foi condenada e, como sentença, jogada ao mar. So foi recuperada anos depois, quando uma praga assolou a ilha e adivinhos, atraves de um oraculo, aconselharam os nativos a resgatarem do mar a estatua de bronze do boxeador olimpico.
     Mais impressionante foi a proeza de Arrichion. Este pugilista lutava pancracio, luta cuja unica regra era nao morder o adversario e nem enfiar o dedo no olho ou em qualquer orificio do seu corpo. As irregularidades eram punidas pelo juiz com chicotadas. Fora isso, tudo era permitido: chutes, golpes baixos,  puxoes de cabelo. Arrichion tinha vencido o pancracio uma vez, mas estava se saindo mal naquela final. Seu adversario apanhou-o  em uma tesoura com as pernas e espremeu-o. O ex-campeao ficou sem folego, mas conseguiu segurar o pe do oponente e quebrar-lhe o tornozelo. O rival desistiu na hora, entregando a vitoria. Para Arrichin, no entanto, era tarde demais: roxo pela falta de ar, caiu morto naquele mesmo momento. Foi coroado mesmo depois de morto.
     Leonidas, de Rodes, foi outro atleta de destaque. Venceu as 3 corridas olimpicas(estadio, diaullos e doricos), em 4 olimpiadas seguidas, de 164 a 152 a.C.: "E um feito simplesmente fantastico", diz Judith Swaddling, pesquisadora da Grecia Antiga do Museu Britanico, em Londres. Um "estadio" correspondia a quase 200 metros, que era a extensao do estadio. No diaullos, o atleta tinha que ir ate o final do estadio, contornar um poste e voltar. E o dorico consistia em 24 estadios. Ou seja, vencer as 3 seria como ganhar as provas de 200, 400 e 5000 metros numa olimpiada moderna, algo que beira o impossivel. Ainda mais, porque todas as corridas aconteciam no mesmo dia. E Leonidas fez isso quatro(4) vezes. No total destes anos, ele obteve 12 vitorias.
     Quiones, de Esparta, vencedor da corrida de velocidade(estadio e diaullo), nas 29ª olimpiada(664 a.C.), 30ª olimpiada(660 a.C.) e 31ª olimpiada(656 a.C.). Agesias, de Siracusa, vencedor com carros de mulas e cantado por Pindaro na VI Olimpica.
     O politico e general ateniense Alcibiades(450-404 a.C.), amigo e entusiasta de Socrates, participou da corrida no hipodromo, em 416 a.C., com 7 bigas. Segundo o historiador Tucidides(460-400 a.C.), conquistou o 1º, 2º e 4º lugares. O orador Joao Crisostomo(347-407 d.C.), Patriarca de Constantinopla, registrou em dois(2) de seus discursos, o nome do maior pugilista do I seculo da Era Crista: Melancomas, morador de Caria-localizada na costa da Asia Menor.
     A prova mais popular em Olimpia era a corrida de charretes, que, como o pugilismo, fazia muitas vitimas. Os cavaleiros pilotavam dois ou quatro cavalos, venciam a pista do hipodromo, contornavam um poste e voltavam. Apesar do perigo de colisao, eles nao concorriam a gloria olimpica e sim os donos dos cavalos ganhavam as coroas de louro. Tanto que uma egua de Corinto, chamada Aura, ganhou a prova mesmo depois  do seu cavaleiro cair. Uma vez, Alkibiades, um ateniense rico, pegou o 1º, 2º e 3º lugares. Ele nunca subiu numa charrete. Essas provas combinavam velocidade, risco e emoçao. Outra semelhança e que as charretes, assim como os cavalos eram otimos para propaganda. Os governos de Atenas e da Silicia investiam pesado no esporte. E que eram regioes de criaçao de cavalos e uma coroa olimpica faria uma bela propaganda  para possiveis compradores. Muitos cavaleiros gregos eram tambem soldados e colheram muitas glorias no hipodromo quanto nos campos de batalha.
     Havia tambem torneios para escolher o melhor corneteiro que ganhava, alem da coroa de folhas de oliveira, a honra de anunciar os outros vencedores. Aqui tambem os soldados se davam bem. Exemplo disso foi o super-campeao Herodoros de Megara, uma cidade proxima de Atenas. Dez(10) vezes campeao em Olimpia, ele participou com sua corneta do ataque a cidade de Argos. Tocou tao bem e tao alto e inspirou os soldados de tal forma, que foi responsablizado pela vitoria.
     Diante do desenvolvimento do profissionalismo, as escolas de esporte e ginasio multiplicaram-se nas metropoles. Os professores de educaçao fisica(pedotribos) recrutavam garotos a partir dos 12 anos. Esses treinadores particulares, as vezes ex-atletas, eram cada vez mais bem remunerados. Dessa forma, os treinadores cobravam 100 dracmas por aula.
     Na primeira metade do seculo IV a.C., o vencedor da corrida do estadio recebia 50 anforas de azeite(que valiam aproximadamente  12500,00; o vencedor do pugilato(ancestral do boxe) ou no pancracio(combinaçao de luta com o pugilismo) ganhava 30 anforas(RS 7500,00); o vencedor do pentatlo(200 metros, 1500 metros, salto em distancia, lançamento de disco e dardo), 40 anforas(RS10 mil); e o vencedor da corrida de bigas, trigas ou quadrigas, 140 anforas(35 mil).
     Quem nao  viajava e ficava em Roma, tinha de satisfazer com os divertimentos locais, abundantes e baratos: competiçoes atleticas, hipismos, corridas de bigas, trigas e quadrigas;  combates mortais entre homens(luta de gladiadores), combates de homens com feras, batalhas navais simuladas em lagos artificiais. Nunca existiu cidade tao repleta de diversoes. No começo do Imperio Romano(27 a.C.), havia um calendario com 77 dias de jogos(ludi). Destes, 55 dias eram 'Ludi Sceni '(jogos cenicos), com peças e pantominas; 22 dias, com jogos do Circo, no estadio ou no Anfiteatro. Ja o Imperador Marco Aurelio(161-180 d.C.) estendeu para 133 dias do ano. O numero de jogos foi crescendo ate 354 d.C., quando ja alcançavam 175 dias do ano. A partir do Imperador Otavio Augusto(63 a.C.-14 d.C.), a paixao pelos Circos(hipodromos) cresceu de maneira assustadora. Em seu reinado, contavam-se ao todo 21 Circos de pedras em toda a Italia. Em meados do I seculo da Era Crista, o numero de Circos subiu para 50 e em fins daquele seculo ja atingira o numero 64.
     O grande crescimento que experimentou a cidade de Roma desde suas origens, no seculo VI a.C. , fica demonstrado no seculo III d.C.: 1) Circo Maximo- Seculo IV a.C.-Utilizado para corridas de cavalos e competiçoes de carruagens(bigas); 2) Anfiteatro Flaviano(Coliseu)- Ano 80 d.C. Utilizado para combates de gladiadores. Capacidade para 70 mil espectadores. 3) Estadio de Domiciano- Fins do seculo I d.C.(81-96 d.C.)- Utilizado para competiçoes atleticas, de origem grega(corridas, lutas, salto a distancia, lançamento do dardo e disco).
     Quando os gregos perderam a sua liberdade, devido a conquista romana, incontaveis foram os jogos dedicados aos Imperadores romanos que, muitas das vezes, a eles protegeram e incentivaram. Tiberio, Caligula Germanico e Nero, participaram da corrida de bigas, sendo coroados em Olimpia. Comodo(180-192 d.C.) e Caligua(37-41 d.C.) participaram de combates "arranjados", onde os gladiadores tomavam o cuidado para nao machucarem os imperadores.
     Nos tempos de Otavio Augusto, certos magnatas mantinham suas proprias escolas proprias, para transformar escravos em gladiadores. Havia muito rigor e disciplina nos treinos; regime alimentar fiscalizado por medicos, os quais prescreviam a cevada para o desenvolvimento dos musculos. Punia-se a violaçao das regras com flagelaçao(chicotadas), marca a fogo e acorrentamento. A gloria em caso de vitoria falava mais alto na vida dos atletas. Os homens livres eram muito procurados para serem gladiadores, por causa do seu entusiasmo durante os combates. O gladiador mais famoso foi um homem livre. Publio Ostorio que fez 51 combates em Pompeia(sul da Italia). Eles se tornavam gladiadores, pois com suas vitorias, conseguiam riquezas que um trabalhador comum nao conseguiria durante toda a sua vida. A fama e a admiraçao feminina eram outros componentes que contavam a favor deste estilo de vida.
     Os aurigas(condutores de bigas), pelo risco de vida que estavam sujeitos nas corridas, eram bem remunerados e gozavam de grande admiraçao por parte da populaçao romana, sedentos pelo prazer e emoçao, tal como hoje, com os fas do futebol e automobilismo. Haviam torcedores e apostadores que, naturalmente, se juntavam em grupos, durante as corridas de bigas,trigas e quadrigas. Eram bem treinados e podiam alcançar grande fama e fortuna com uma carreira bem-sucedida. Um certo Gaius Apuleis ganhou quase 36 milhoes de sestercios em 24 anos de carreira. Os premios as vezes, incluiam casas ou fazendas.
     Os cavalos eram comprados na Italia, Grecia, Africa e Espanha, sendo ensinados por 3 anos e apresentados nas corridas por 5 anos. Eram eguas ou puro-sangue e cada um possuia seu pedegree. Alguns se tornaram famosos e adorados pelo povo e pelos imperadores. Os condutores eram de origem simples, na maior parte escravos que tendo vencido com frequencia, poderiam comprar a sua liberdade. Ganhavam verdadeiras fortunas, alem dos presentes dos magistrados e dos salarios exorbitantes que exigiam dos contratantes para nao abandonarem as cores, ou seja, quem corria pelo "azul" nao trocaria por um outro grupo(dos vermelhos, brancos ou verdes). Entre o povo as extravagancias dos condutores nao eram questionadas, e sim elogiadas.  Assim como os gladiadores, os joqueis eram submetidos a treinamentos rigorosos e muitos deles morreram milionarios, devido as corridas. As pessoas apostavam em condutores preferidos. Os ricos apostavam fortunas e os pobres aquilo que tinham. Com o resultado da corrida, uns ficavam mais ricos e outros mais pobres.A vitoria de um cocheiro de quadrigas assumia proporçao de vitoria nacional e para os vencidos, de catastrofe publica. Cremos que o publico esportivo nao basta para explicar estas paixoes. No Imperio Romano, estavam representadas 4 facçoes: os brancos, os azuis, os verdes e os vermelhos. O publico favorecia uma ou outra, e nao, como acontecia se tratasse-se de uma simples atraçao esportiva, este ou aquele cocheiro. Estas facçoes permaneciam, mesmo,quando mudavam os condutores,encarregadas de fazer triunfar a sua cor. Eram sempre os mesmos apoiantes que aplaudiam cada "cor" e fora adotada por uma classe social, que a tomara como simbolo e se identificava com ela. Assim, verificava-se que Caligula, Nero, Domiciano, Lucio Vero, Comodo e Heliogabalo, imperadores que foram mais "democraticos", torciam para os "Verdes". O que implica evidentemente, que a massa popular estava empenhada em torcer pela facçao "Verde". O Senado, pelo contrario, e a aristocracia tradicionalista  torciam para a facçao dos "Azuis" e e sabido que o imperador Vitelio puniu com a morte partidarios dos "Verdes" por terem "falado mau dos Azuis". Sob a aparencia de uma simples competiçao esportiva, estavam em jogo interesses muito mais graves: "os deuses nao atribuiam a vitoria aquem eles bem entendiam? E esta vitoria nao era a prova de que os deuses tinham querido favorecer, alem dos cocheiros e das parelhas(cavalos), mas todos aqueles que se tinham voluntariamente identificado com eles e lhes tinham confiado a sua sorte?"
     Caligula era partidario do grupo "Verde" nas corridas de bigas ou quadrigas, que presenteou um dos vencedores com 2 milhoes de sestercios(antiga moeda romana de cobre).
     Nem todos os candidatos a morte odiavam este destino. Alguns exultavam com as vitorias e pensavam mais nos atos heroicos do que nos perigos que os aguardavam; outros queixavam-se de nao poderem participarem sempre nas lutas; muitos odiaram o Imperador Tiberio(14-37 d.C.), dos tempos de Jesus Cristo(Lucas 3:1), por ter promovido poucos jogos no anfiteatro. Para os competidores, havia o estimulo e a consolaçao da fama e reconhecimento, ao verem os seus nomes louvados pelos admiradores e escrito nas paredes; poetas cantavam-nos em poemas; pintores faziam-lhe retratos e escultores reproduziam-nos em pedra.
     

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

ESPORTE E EXALTAÇAO AO SER HUMANO- I PARTE.

     Nas sociedades greco-romanas da antiguidade, os jogos de exercícios eram tão importantes que praticamente toda a vida da época girava a sua volta.
     Em 390 d.C., o Bispo Gregório de Nizianzo denunciou a vaidade dos atletas que perdiam tempo e dinheiro no esporte-espetáculo. Em 393 d.C., o Bispo Ambrósio de Milão, influenciou o Imperador Teodósio I, a extinguir a pratica dos jogos de exercícios em todas as províncias subjugadas pelo Império Romano, para dar lugar ao culto e exaltação a Jesus Cristo, através do cristianismo. A partir do ano 400 d.C., devido a esta proibição, o esporte deixou de integrar a educação e o lazer dos alunos gregos.
     Na Idade Media, ainda resistia o jogo da bola originário do harpastum praticado pelo povo bárbaro bretões(ancestrais dos ingleses), sendo resquício do paganismo. O rei James I da Inglaterra, em 1617, publicou um decreto no qual revogava todas as proibições existentes contra os jogos de exercícios. O edito chamava-se "Declaration of Sports"(Declaração sobre os Esportes). Pela primeira vez um monarca passou a defender  os jogos.  A  palavra inglesa "Sport" surgia, por falta de qualquer outra, em todas as línguas, para significar competição pacifica entre indivíduos ou grupos no campo do adestramento fisico. Passou a ser "sport"(esporte) em varias outras línguas. Assim, substituiu, no sentido amplo, o termo "jogo"(latim "ludus" ou "jocus"), usados pelos gregos e romanos. Forma de não lembrar o vestígio da idolatria destes povos.
     Os povos do Egito, Índia, Mesopotâmia, Pérsia e China conheciam a pintura, escultura, literatura, musica e arquitetura, mas não conheciam o teatro e a filosofia. Essas manifestações nascem apenas com os gregos. Outro aspecto que se desenvolveu com os gregos foram os jogos de exercícios. Ate então, os exercícios executados pelo homem eram involuntários, em busca da caça para sobrevivencia.
     O lema do atletismo "mais rápido, mais alto e mais forte"("citius, altius e fortius") representado pela trilogia(conjunto de três coisas): correr, pular e arremessar), surgiu no ano 708 a.C.(18º olimpíada) entre jovens e soldados gregos, para desenvolver as habilidades físicas e criar competições esportivas.
     Os gregos iniciaram o culto do corpo e para eles, cada idade tinha sua própria beleza e a juventude  tinha a posse de um corpo capaz de resistir a todas as formas de competição, seja na pista de corridas ou na força física(luta corporal). A estética, o físico e o intelecto faziam parte de sua beleza de perfeição, sendo que um belo corpo era tao importante quanto uma mente brilhante. Sob a rubrica do atletismo, encontramos a verdadeira religião dos gregos: o culto da saúde, da beleza e da força. Os gregos dedicavam-se aos jogos e seus atletas prediletos equivaliam a deuses terrenos.
     Por mais de 40 anos, a participaçao nos jogos olímpicos foi restrito a atletas da região de Pisa e Elida, próximos a Olímpia. Só entre os anos 732 a.C. ate 696 a.C., a lista dos vitoriosos passou a incluir cidadãos de Esparta e Atenas. E, a partir do seculo VI a.C., os torneios passaram a receber inscrições de qualquer homem que falasse grego, fosse ele da Itália, do Egito ou da Asia. Vencer significava  tudo para os gregos antigos. Segundo Nigel Spivey, arqueólogo britânico, participar das competições como aqueles não era, de fato, apenas disputar, mas os atletas dirigiam-se para as Olimpíadas antigas com o interesse de ganhar e ser reconhecidos como "os melhores". Não havia prêmios para o segundo e terceiro lugares nos jogos olimpicos. O poeta lirico grego Píndaro(518-438 a.C.) relata que os perdedores(quer seja de Corinto,Atenas, Messênia, Esparta, Elida, Pisa, Arcádia, Teba, etc), voltavam para suas cidades de origem, arrasados e desonrados: "Eles escapavam pelos becos e vielas, separada e disfarçadamente, feridos por seu fracasso".  Competir, vencer, ser aplaudido e tornar-se famoso  para continuar vivo na memoria da comunidade, eram componentes essenciais da visão do mundo grego. As disputas permitiam-lhe, portanto, demonstrar a excelência de suas qualidades físicas e intelectuais.
     Ao longo dos anos, diversas cidades-Estados passaram a realizarem suas próprias disputas, que também carregavam uma força religiosa. Em 582 a.C., inauguraram-se outros jogos pan-helênicos: os Delfos, em honra de Apolo; os ístmicos de Corinto, em honra a Posseidon. Em 576 a.C., criaram-se também os de Nemeia, em honra a Hércules. E Olímpia teve que dividir o monopólio dos esportes. Passou a formar um "período" quadrienal. Assim como hoje os ciclistas tem por maior meta vencer, no mesmo ano, "A Volta da Itália" e o "Tour de France", da mesma forma os atletas de então almejavam o título de campeões nas 4 disputas do período. Como forma de homenagear a deusa Atena, foram instituídas os "Jogos Panatenaicos" em Atenas, em 566 a.C., ofuscados por outros torneios.  Em Esparta, foram criados em 676 a.C., os "Jogos Carneios"(divertimentos pertencentes a carne) em honra ao deus Carneios. Nos jogos píticos, panatenaicos, ístmicos e nemesianos, alem das provas físicas, haviam também concursos  de canto, harpa, lira, flauta, danças e declamações, principalmente, das obras do poeta Homero(880-800 a.C.).
     Qualquer modalidade pode ser transformada em esportes, desde o momento em que se tente demonstrar "quem e o melhor dentre os competidores", ou "entre uma equipe". Os esportes exaltam o ser humano ou um grupo. A natação em si e a arte de salvar a própria vida ou a dos outros. Transforma-se em esporte, quando indivíduos competem entre si, mostrando quem e o melhor, mais rápido, atraindo para si dinheiro, fama e reconhecimento humano. Da mesma forma, a caça com arco e flecha passa a ser esporte, quando deixa de ser necessidade. E o abandono do ato da sobrevivência, para aclamação do melhor arqueiro.
     Tudo o que faz a gloria e a vergonha do esporte no seculo XXI já existia na Grécia antiga: treinamento intensivo, dietas, transferência de clubes, profissionalismo, semiprofissionalismo, amadorismo,etc..
     O dinheiro, claro, também estava presente. Desde que os jogos olímpicos passaram a ser organizados oficialmente, os atletas foram remunerados. Quando se tornavam disputas entre cidades, nas quais o prestigio nacional ou local era questão de honra, as autoridades passaram a patrocinar seus representantes. Mantinham colégios de atletas e quando não conseguiam formar nenhum campeão, compravam um no estrangeiro.
     Em Atenas, em 580 a.C., Sólon, promulgou uma lei que estipulava um premio de 500 dracmas para cada cidadão que vencesse as Olimpíadas. Como um carneiro valia aproximadamente uma dracma, essa quantia era consideravel. Sem contar que os campeões adquiriam honra e privilegio, como a dispensa de pagar impostos. Algumas cidades faziam-nos generais e eram por tal forma idolatrados pelas multidões, levando os filósofos  se queixarem por ciumes. Poetas, como Simonides(556-467 a.C.) e Píndaro(518-438 a.C.) eram contratados para escreverem versos em seu louvor, a serem cantados por coros de meninos na procissão com que a cidade natal os recebiam. Escultores eram pagos para perpetuar nas estatuas de bronze e pedra, suas figuras. Eram os "divinizados".
     Inicialmente, reinava uma concorrência entre atletas amadores desinteressados. Com o tempo, a ambição das cidades fez com que as autoridades passassem a exigir a vitoria de seus competidores. Os esportistas começaram então a treinar em tempo integral e a se especializar em uma modalidade para aumentar suas chances de sucesso.
     Os atletas se vendiam a quem pagasse mais. O cretense Sotades, que venceu a corrida de daulichos(4700 metros) nos 99º jogos olímpicos(384 a.C.), aceitou correr pela cidade de Éfeso 4 anos mais tarde. Os cretenses o puniram e o exilaram. O competidor Astilo de Crotona, cidade habituada a conquistar a maior parte dos prêmios olímpicos, ganhou, em 488 a.C., a corrida do estadio(cerca de 200 metros) e o diaulos(prova de 400 metros) e se apresentou nos jogos seguintes como cidadão de Siracusa. Assim, em 388 a,C., durante a 98ª olimpíada, constatou-se o primeiro caso de corrupção: o pugilista Eupolos comprou 3 adversários, entre os quais o detentor do título. O Senado de Olímpia impôs uma multa aos 4 homens e, com  a quantia obtida, mandou construir  6 estatuas de bronze de Zeus, que foram colocadas no bosque sagrado de Altis. Em 322 a.C., um atleta ateniense, Calipo, também subornou os adversários. Como se recusaram a pagar a multa, todos os atenienses foram expulsos dos jogos.
     Relato sobre alguns atletas vitoriosos nos jogos:
     No ano 776 a.C., Coerebus, cozinheiro e atleta competiu com outros 6 atletas e venceu a corrida do estadio, em Olímpia e diz Pausanias(seculo II a.C.), historiador grego, que "os parentes, amigos e admiradores erigiram-lhe uma estatua de pedra, das primeiras que deste material se fizera na Grécia, pois ate então só se esculpiam a figura dos deuses e esta em madeira.
     Daikles, de Messênia, foi o primeiro atleta a receber, como recompensa pela sua vitoria, na corrida do estadio, uma coroa de oliveira, na 7ª olimpíada, em 752 a.C.
     Milon, de Crotona, era um lutador invencível e um dos maiores atletas da Grécia Antiga, alcançando varias vitorias nos Grandes Jogos. Possuidor de força descomunal, transportou sua própria estatua, colocando-a no recinto sagrado de Olímpia. Dos anos 532 a.C. a 516 a.C., venceu por  5 vezes em Olímpia, 5 vezes nos jogos piticos, 9 vezes  nos jogos ístmicos e 9 vezes nos jogos nemesianos. Em 512 a.C.(67ª olimpíada) competiu pela ultima vez em Olimpia, num confronto decisivo. O seu adversário, Timasiteos, soube esquivar-se com grande destreza ao ataque de Milon e com isto cansou o campeão olímpico, levando-o a desistir da luta, findando o seu ciclo de competições com 45 anos de idade. Milo era um pugilista adorado pelos gregos. Desenvolvera a sua força, ao que se diz, carregando diariamente um novilho ate que se tornasse em touro. O povo gostava de seus truques: sabia segurar com tanta força na Mao uma roma que ninguém conseguia arranca-la e a fruta não se amassava; de pé num disco untado de óleo, resistia a todos os esforços feitos para desaloja-lo; amarrava em redor da cabeça uma corda e arrebentava-a com o prender da respiração e forçar o sangue a inflar as veias. Acabou destruído pela própria auto-confiança. O historiador Pausanias, relata que Milon encontrou casualmente uma arvore morta, cujo tronco alguem tentara abrir com auxilio de alavancas que ainda estavam la. O pugilista cismou de abri-la com as mãos. As alavancas soltaram-se e o atleta ficou preso e foi devorado pelos lobos.
     Nicandro, da Elida, 6 vezes foi o vencedor do "diaulo" nos jogos nemesianos. Xenofonte, de Corinto, foi o vencedor da corrida do estadio e do pentatlo, nos 79ª olimpíada(464 a.C.), feito que ninguém conseguiu antes. Foi exaltado por Píndaro, na sua XXII Olimpica, que ele disse: "O que jamais mortal algum conseguiu". Politis, de Ceremo e Hermógenes, de Xanto, vencedores da corrida do estadio, do diaulo e do dólico, nas 212ª olimpíada(69 d.C.) e 215ª olimpíada(81 d.C.) respectivamente. Astilo, de Crotona,, grande corredor, ganhou a corrida do estadio e o duplo-estadio nas 73ª olimpíada(488 a.C.) e 74ª olimpíada(484 a.C.); na 75ª olimpíadas(480 a.C.) ganhou as 3 corridas do programa e na 76ª olimpíada, em 476 a.C., ganhou a corrida armada.
     Ergatoles, de Cnossos(Creta), extraordinario corredor, triunfou em todos os Grandes Jogos. Píndaro dedicou-lhe a XII Olímpica. Diagoras, de Rodes, venceu 2 vezes em Olímpia e Nemeia, 4 vezes no istmico de Corinto, 2 vezes  nos jogos de Rodes e 8 vezes em outras cidades. Mosco, de Colofon, foi o único menino vencedor em todos os Grandes Jogos.  Clitemaco, de Tebas, triunfou no Pancrácio de Olímpia e foi 3 vezes vencedor nos jogos píticos, assim como nos jogos ístmicos(luta, pugilato e Pancrácio). Filinos, de Cos, venceu em 24 ocasiões os 4 principais jogos gregos. Ladas, grande corredor espartano, sucumbiu depois de sua grande vitoria na corrida de fundo da 135ª olimpíada(240 a.C.). Seu monumento em Olimpia era obra do escultor Miron. Arreque, de Figalia, pancracista, faleceu por estrangulamento na 54ª olimpíada, em 564 a.C., apos a sua 3ª vitoria em 3 olimpiadas sucessivas.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

OS JOGOS ROMANOS- III PARTE.

          D-Naumaquias
     Eram combates navais simulados  realizados nos anfiteatros, Circos ou em locais especialmete preparados para receberem um volume de agua suficiente para flutuaçao de navios.
     A primeira naumaquia conhecida foi oferecida por Julio Cesar ao povo de Roma, em 46 a.C., durante a celebraçao do seu quadruplo triunfo. Depois de ter feito construir uma piscina perto do rio Tibre, capaz de albergar autenticas birremes(embarcaçoes com dois remos), trirremes(embarcaçoes com tres remos) e quatrirremes(embarcaçoes com quatro remos), a representaçao mobilizou 2000 combatentes e 400 remadores, recrutados entre os prisioneiros de guerra. No ano 2 a.C., O Imperador Otavio Augusto(44 a.C-14 d.C.), durante a inauguraçao do templo do deus Marte, o Vingador,  ofereceu uma naumaquia retratando a ocorrida Batalha de Salamina( 29/09/480 a.C., entre as tropas persas contra as gregas)              na qual se enfrentaram no lago artificial de 1800 por 1200 pes, 3 mil homens(sem contar os remadores), 30 embarcaçoes dotados de espigao(soldados da guarda nacional romana) e numerosas unidades menores.
     O Imperador Claudio(41-54 d.C.), no ano 52 d.C.,  festejou a inauguraçao do tunel do lago Fucino com uma luta entre trirremes e quatrirremes em que tomaram parte 19 mil homens, num total de 100 navios. Lutaram com muita cortesia, desapontando o Imperador, levando-o a lançar soldados entre eles, a fim de que houvesse derramameto de sangue. A batalha foi tao corajosa que os escravos sobreviventes foram perdoados de seus crimes. Escravos e criminosos eram os mais utilizados nesses espetaculos, sendo chamados de "Naumachiari". Graças a Suetonio(69-141 d.C.), historiador romano, e sua obra Vida dos 12 Cesares, sabemos que os combatentes nas naumaquias, saudaram o imperador antes do combate com uma frase que posteriormente se tornaria famosa: "Os que vao morrer, te saudam".
     Tacito(55-120 d.C.), historiador romano, da uma descriçao do espetaculo que ali se podia ver: "Na mesma epoca, depois de cortar o monte que ha entre o lago Fucino e o rio Liris e a fim de que uma obra tao colossal pudesse ser visitada pelas massas, organiza-se uma batalha naval no mesmo lago, tal como noutro tempo havia feito Otavio Augusto por ocasiao da construçao de um lago do outro lado do Tibre, embora com navios ligeiros e uma tropa menos numerosa. Claudio armou trirremes e quatrirremes e tambem 19 mil homens, tinha feito rodear o perimetro do lago com balsas para que nao houvesse escapatoria alguma, mas, isso, delimitando um espaço para as manobras dos remos, as artes dos pilotos, os ataques dos navios e as demais açoes proprias de combate. Nas balsas tinham-se colocado bandeiras romanas e esquadroes das cortes pretorianas e na parte dianteira montado numa plataforma para disparar desde elas as catapultas e lançadores de projeteis(balistas). O resto do lago eram ocupados por marinheiros em navios cobertos. Uma multidao inumeravel encheu as ribeiras, as colinas e as partes elevadas dos montes, como se de um teatro se tratasse: uns procediam dos municipios proximos e outros da cidade mesma, levados pela mera curiosidade ou por honrar o principe, Este, vestido com um manto apelativo e a seu lado Agripina, com uma clamide(manto preso ao pescoço) dourada, ocuparam a presidencia. Lutou-se, apesar de ser entre malfeitores, com um espirito proprio de valentes guerreiros e apos muitas feridas, perdoou-se-lhes a vida".
     Na inauguraçao do anfiteatro Coliseu, em 80 d.C., o general Tito, encheu d'agua a arena e reproduziu a guerra do Peloponeso(Grecia do Sul), ocorrida entre os anos de 431-404 a.C., entre os gregos das cidades de Corinto e Corcira. O Imperador Nero tambem fez representar a batalha de Salamina, ocorrida em 480 a.C., onde os atenieneses e espartanos derrotaram as tropas persas. Esses combates revestiam-se de tragica realidade:  choques fatais, abordagens, naus desconjuntadas, velas rasgadas, lemes e remos quebrados e, sobre tudo isso, o sangue correndo em abundancia. Feridos gemendo, inumeros cadaveres. A multidao aplaudia maravilhada, embriagada de emoçao.
     C-Jogos Cenicos(Teatro).
     O teatro romano e uma construçao tipica do Imperio Romano, generalizada por todas as provincias do imperio e que tinha a finalidade de servir para interpretaçao de peças teatrais do periodo classico.
     A politica da romanizaçao dos povos conquistados fez que se construisse teatros romanos, assim como anfiteatros, circos, foruns e templos, com caracteristicas semelhantes ao largo de todo o territorio conquistado desde a Hispania ate o oriente Medio.
     As principais caracteristicas do teatro romano derivam em principio das do teatro grego, uma vez que a propria arquitetura romana deriva diretamente da arquitetura grega do periodo helenistico.
     Com o contato com a Grecia, o teatro romano deixou de ter caracteristicas proprias, adquirindo as formas gregas(tragedias, comedias). Começaram por traduzir peças gregas(seculo II a.C.), depois estrangeiras radicados em Roma. Depois os romanos escreveram peças, adaptando temas gregos ou inventando mesmo temas romanos(normalmente baseado na historia). O apogeu do teatro romano deu-se nos seculos III/II a.C. com Plauto e Terencio. Quer a comedia, quer a tragedia romana, tinham diferenças com os modelos gregos: insistiam mais no horror e na violencia do palco que era representada;grande preocupaçao com a moral e discursos elaborados. Mesmo do ponto de vista formal, existiam diferenças(na divisao de atos, no coro, etc). Com o tempo, no final da Republica, o publico perdeu o interesse pelo teatro tradicional, devido a concorrencia dos espetaculos com mais açao(luta de gladiadores, corridas de bigas, etc) e a criaçao de generos teatrais mais simples como as pantominas(representaçoes de um unico ator de uma peça simples e de facil entendimento pelo publico, em que nao falava, dançava, fazia gestos e era acompanhado por musicos e um coro) e mimos(historias tambem simples, mas com varios atores, em que normalmente  se satirizava tipos sociais de forma mesmo obscenas), levaram ao seu quase abandono.
     Com o advento da igreja primitiva, os cristaos viam com maus olhos as representaçoes  teatrais, devido a referencia aos deuses nacionais e as encenaçoes dos atores em atos sensuais e ate  mesmo cenas de nudez. Houve progressivas perseguiçoes ao teatro e varias pregaçoes de membros da igreja contra os atores, que "andavam de terra em terra espalhando a imoralidade". Dedicar-se ao teatro era mal-visto: os atores eram normalmente escravos ou ex-escravos. Raramente mulheres representavam, tendo ma reputaçao as que o faziam. Os papeis femininos eram feitos por homens.
     O Apostolo Paulo, inspirado pelo Espirito Santo, no ano 64 d.C., faz referencia ao teatro de Efeso na exortaçao aos cristaos: "Nem torpezas(indecencias), nem parvoices(bobagens, tolices), nem chocarrices(zombarias), que nao convem; mas antes(ao inves) açoes de graças".(Efesios 5:4).
     D- Jogos do Estadio.
     Copiado da civilizaçao grega, era o lugar onde era realizado as competiçoes atleticas.
     Os jogos do estadio eram compostos de atletismo, que era o conjunto de exercicios fisicos inspirados em tres(3) modalidades: corrida, saltos e lançamento de objetos.
     O estadio tinha a forma da letra "U", com 211 por 23 metros. A corrida era disputada num percurso de 192,27 metros, distancia que os gregos diziam equivaler a 600 pes de Hercules, heroi mitologico(simbolo da força) cujas façanhas, segundo a tradiçao, estariam ligadas a propria origem dos jogos.
     Os jogos em questao foram introduzidos em Roma, logo apos a batalha de Cinecefalos(sul da Macedonia), em 197 a.C., contra Filipe da Macedonia.
     Eram constituidos de provas importantes, como o pentatlo, ou seja, cinco torneios, Para promover o perfeito desenvolvimento dos atletas(grego: "lutadores"), os participantes tinham de concorrer as cinco(5) provas; e para obter a vitoria fazia-se necessario vencer em tres(3) delas. A primeira consistia em salto em distancia; a segunda, constava do arremesso do disco; a terceira competiçao era constituida de tiros de dardo ou lança. A quarta prova e mais importante das cinco(5) provas era a corrida do estadio. A quinta prova era uma luta, a forma de atletismo mais popular.
     Os atletas participantes do atletismo romano, em geral, eram escravos e prisioneiros de guerra. Estavam muito longe de defrutar do prestigio social e gloria que alcançavam os antigos competidores gregos.
     Em Roma, o pugilismo brutalizou-se. As  correias de couro, usadas para envolverem as maos, transformaram-se em terriveis armas e os combates so terminavam com a morte de um dos lutadores. Nesse tipo de luta, o Pancracio(misto de vale-tudo e pugilismo), as bandagens de couro receberam pequenas bolas de metal.
     O Imperador Domiciano(81-96 d.C.) edificou em fins do seculo I d.C., um estadio com o seu nome tambem para essas competiçoes.
     Devido a conversao do Imperador Teodosio I, o Grande, ao evangelho de Jesus Cristo, estes jogos foram proibidos de serem realizados, no ano 393 d.C., a pedido do Bispo Ambrosio de Milao(Italia).

                              Bibliografia.
                              Cesar e Cristo-Freitas Souza- A historia da civilizaçao III-2 ediçao-1971
                              Historia de Roma-Antiguidade Classica II- 3 ediçao
                              A historia da civilizaçao-Nossa herança oriental-1963-Will  Durant
                              Teatro romano-wickipedia, e enciclopedia livre