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quinta-feira, 2 de maio de 2013

ALEXANDRE, O GRANDE E OS JOGOS OLIMPICOS. II PARTE.

     Alexandre, o Grande morreu um(1) mês antes de completar 33 anos, no dia 13 de junho de 323 a.C., acometido de uma grande febre, provavelmente em consequencia de uma malária, na cidade de Babilônia.
     O Império deste conquistador foi dividido entre os seus quatro(4) generais: 1) Ptolomeu, que ficou com o Egito, Fenicia e Israel; 2) Seleuco, a quem controlou a  Pérsia, Mesopotâmia e Síria; 3) Cassandro, a quem coube o controle da Babilônia e Grécia; 4) Lisimaco, que ficou com a Trácia. Depois da batalha de Isso(301 a.C.), formaram-se 4 monarquias: Macedônia, Trácia, Síria e Egito. Destes, os que prevaleceram como grande Império, foram os Ptolomeus no Egito e os Selêucidas na Síria. No ano 539 a.C., o profeta Daniel, inspirado pelo Espirito Santo profetizou sobre o que ocorreria futuramente com Alexandre, o Grande: "Depois se levantara um rei valente, que reinara com grande domínio  e fara o que lhe aprouver. Mas, estando ele em pé, o seu reino sera quebrado e sera repartido para os quatro ventos do céu; mas não para a sua posteridade, nem tao pouco segundo o poder  com que reinou, porque o seu reino sera arrancado e passara a outros."(Daniel 11: 3-4).
     A terra de Judá era a fronteira entre estes dois impérios em guerra. Inicialmente, os judeus estavam sob o controle dos Ptolomeus, mas depois da batalha de Panias, em 198 a.C., ocorrida junto as nascentes do rio Jordão, os Selêucidas expulsaram os Ptolomeus da Asia. Devido a este acontecimento, Israel passou para o domínio dos Selêucidas e seu rei Antíoco III, o Grande(223-187 a.C.).
     Pressionados por Roma, com quem entraram em conflito, os Selêucidas assistem ao progressivo declínio de seu império. Para solidificar o fragmentado império, os reis Selêucidas e especialmente Antíoco Epifanes IV(175-164 a.C.), implantam um acelerado processo de helenização dos vários povos e cidades da região.
     Na metade do seculo, O rei Antíoco Epifanes emitiu um decreto inédito ate então naquele mundo antigo de varias culturas e tolerante no sentido religioso. Ele proibiu a religião de outros povos. Baniu o ensinamento e pratica do judaísmo. O livro dos Macabeus(provavelmente escrito por um cronista judeu no inicio do primeiro seculo a.C., assim o descreve: "Pouco tempo depois, mandou o rei um certo velho ateniense para forçar os judeus a deixarem as leis de Deus e as de seus pais, para profanar o templo de Jerusalém e dedica-lo a Zeus Olímpico e consagrar o templo de Gerazim a Zeus Hospitaleiro, conforme o caráter dos habitantes daquele lugar".(II Macabeus 6:1-2).
     Com esta proibição em 167 a.C., da pratica do judaísmo e com a introdução do culto idolátrico a Zeus Olímpico no templo de Jerusalém, muitos judeus que decidiram resistir a esta abominação, acabaram sendo perseguidos e mortos, conforme o relato do texto a seguir: "Muitos do povo,todos aqueles que tinham abandonado a lei do Senhor, juntaram-se aos impios; fizeram muito mau no pais, obrigaram o povo de Israel a fugir para lugares afastados, a buscar retiros, onde pudessem esconder-se na fuga......edificaram a abominação da desolação sobre o altar de Deus; por toda a parte se edificaram altares, em todas as cidades de Judá, ao redor. Queimavam incenso e sacrificavam diante das portas das casas e no meio das praças, Rasgavam e queimavam todos os livros da lei de Deus, que podiam encontrar. A todo aquele, em poder de quem se achavam os livros do testemunho do Senhor e a qualquer que observava a lei do Senhor, davam a morte conforme o edito do rei......As mulheres que circuncidavam seus filhos eram mortas, segundo a ordem do rei Antíoco, com os meninos pendurados no pescoço; também matavam os seus parentes  e os que tinham realizado a circuncisão".(II Macabeus 1:56-64).
     Enquanto grande parte da camada superior da sociedade judaica, juntamente com o restante da população do mundo mediterrano, tivesse abraçado a cultura helenística(alguns a ponto de rejeitar a sua identidade hebraica), a grande maioria dos judeus permaneceu fiel ao judaísmo. Esta "rejeição" ao estilo de vida helenista era visto com grande hostilidade por muitos gregos e considerada uma forma de rebelião. As exóticas diferenças que tinham servido certa vez como fonte de atração entre as duas culturas, agora criara o motivo para uma grande guerra cultural. Geralmente, os judeus aceitavam o governo estrangeiro quando se requeria que eles apenas pagassem impostos e alem disso, fossem autorizados a se auto-governar internamente.
     Grande parte dos judeus helenizados tomaram sobre si a tarefa de "ajudarem" seus irmãos mais fervorosos, "arrastando-os" daquilo que consideravam como crenças primitivas para o mundo "moderno" da cultura grega. Para ajuda-los nesta tarefa, esta parte dos israelitas helenizados pediram ajuda de seus aliados gregos, chegando a aliciar o próprio rei Antíoco Epifanes no conflito: "Destes reis saiu aquela raiz do pecado, Antíoco Epifanes, filho do rei Antíoco.....Naqueles dias saíram de Israel uns filhos iníquos, que seduziram muitos, dizendo: vamos e façamos aliança com as nações circunvizinhas, porque, desde que nos separamos delas, vieram sobre nos muitos males. E pareceu bem este conselho a seus olhos. Alguns do povo, resolveram-se e foram ter com o rei, o qual lhes deu poder de viver segundo o costume dos gentios. Em seguida edificaram em Jerusalém um ginásio conforme o uso das nações. Dissimularam os sinais da circuncisão, separaram-se da santa aliança, juntaram-se com as nações e venderam-se para fazerem o mal".(I Macabeus 1:11-12).
     O conquistador Alexandre, o Grande, como o império Ptolomaico, souberam respeitar os princípios da fé hebraica na crença de um Único Deus Criador de toas as coisas, não os obrigando a servirem outros deuses e nem a praticas de esportes que surgiram da idolatria das nações politeístas. Ja o império Selêucida agiu de forma ditatorial, impondo uma lei de helenização forçada, requerendo aos hebreus abandono de suas leis e costumes, sob a pena de morte.
     Quando o sumo-sacerdote Simão II morreu, em 175 a.C., um conflito foi deflagrado entre os que apoiavam seu filho Onias III(que se opunha a helenização e favorecia aos Ptolomeus) e seu outro filho Jasão(que favorecia a helenização e aos Selêucidas): "(Jasão), desde que obteve o poder, começou logo a fazer passar os seus concidadãos para os costumes gregos....estabelecendo costumes impios. Com ousadia fundou um ginásio debaixo da própria Acrópole, obrigando os mais nobres  jovens a serem educados sob o petaso(capacete do deus Hermes). Cresceu tanto o helenismo, alastrando-se os costumes pagaos....que os sacerdotes perdendo o zelo nas funções do altar, desprezando o templo, descuidando-se dos sacrifícios, correndo aos exercícios da Palestra(local de jogos), quando se anunciava o lançamento do disco.... Porque as violações das leis de Deus não ficam sem castigo, como futuramente pode-se observar".(II Macabeus 4:7-17).
     O escritor e historiador Flávio Josefo(37-103 d.C.), confirmou este acontecimento: ".....Disseram ao soberano que se tinham decidido a renunciar aos costumes de seu pais, para abraçar a religião e a maneira de viver dos gregos e lhe pediram permitir-lhes construir um lugar de exercícios em Jerusalém. Ele consentiu e então eles ocultaram os sinais da circuncisão, para não poderem ser distinguidos dos gregos, quando, correndo ou lutando, tivessem que se despir e abandonando assim todas as leis de seus antepassados, eles não diferenciavam em nada das nações estrangeiras".(Antiguidades Judaicas 6:463).
     Judá sabia que Deus não se agradaria na obediência a esta lei gentia em renunciar aos preceitos recebidos pelo Altíssimo: " Para que não entreis a estas nações que ainda ficaram convosco: e dos nomes de seus deuses não façais menção, nem por eles façais jurar, nem os sirvais, nem a eles vos inclineis....pois o Senhor expeliu de diante de vos grandes e numerosas nações: e quanto a vos, ninguém ficou em pé diante de vos ate ao dia de hoje. Um só homem dentre vos perseguira a mil: pois  e o mesmo Senhor vosso Deus o que peleja por vos, como já vos tenho dito.."(Josué 23:7,9).
     "Estas pois são as nações, que o Senhor deixou ficar, para por elas provar a Israel..."(Josué 3:1).
     "Tao pouco desapossarei mais de diante deles a nenhuma das nações, que Josué deixou, morrendo; para por elas provar a Israel, se hão de guardar o caminho do Senhor, como seus pais o guardaram, para por ele andarem ou não. Assim o Senhor deixou ficar aquelas nações e não as desterrou logo, nem as entregou na Mao de Josué".(Juizes 2:21-23).
     O historiador francês Henri Irenée Marrou(1904-1977), em seu conhecido estudo sobre educação da antiguidade, diz sobre a helenização: "Onde quer que se implante o helenismo, são construídos ginásios, estádios e outras edificações esportivas. Encontramos estas construções esportivas por toda a parte: de Marselha(França) a Babilônia ou Susã(Pérsia), do Egito Meridional a Crimeia(Ucrânia). Não somente nas grandes cidades, mas ate nas menores aldeias de colonização, por exemplo, em Fayum(Egito). O esporte não e para os gregos apenas um divertimento, mas algo muito mais serio, referente ao conjunto de toda a sua vida estética, ética, etc....
     As casas de banho, no estilo grego, foram construídas a vista do templo em Jerusalém e nessa mesma cidade santa, o ginásio se torna um centro de vida atlética. Muitos judeus relutaram contra estes costumes gregos pagaos.
     Brutais perseguições gregas aos judeus desencadiaram a primeira guerra religiosa/ideológica da Historia:A Guerra dos Macabeus.
     Os Macabeus, que em hebraico significa "martelos", foram os integrantes de um exercito rebelde judeu que assumiu o controle das partes da terra de Israel contra o Império Selêucida. Os macabeus fundaram a dinastia dos Asmoneus, que governou de 164-63 a.C., reimpondo a religião judaica, expandindo as fronteiras de Israel e reduzindo no pais a influencia da cultura helenística.
     Os Macabeus durante anos lideraram o movimento que levou a independência da judéia e que reconsagrou o Templo de Jerusalém, que havia sido profanado pelos gregos. Apos a independência, os Asmoneus deram origem a linhagem real que governou Israel ate  a sua subjugação pelo domínio romano em 63 a.C.
     Entre os judeus que permaneceram fieis a fé hebraica esta o sacerdote Matatias, chamado Asmoneu devido ao nome do Patriarca de sua linhagem(Hasmon). Recusando-se a servir no Templo profanado, foge com a sua família para a sua propriedade em Modin(Palestina). Possuía 5 filhos: João, Simão, Judas, Eleazar e Jônatas. Com a morte de Matatias, em 166 a.C., seu filho Judas Macabeu assume a liderança da resistência. Judas desenvolve técnicas de guerrilha, que vence as continuas tropas selêucidas enviadas. Em 164 a.C., Judas e seus homens conseguem tomar Jerusalém e reedificar o Templo, no que ficaria conhecido como a festa de Chanucá.
     O reino estabelecido pelos Macabeus foi uma tentativa deliberada de reviver a tribo de Judá descrita na Bíblia: uma monarquia judaica, governada desde Jerusalém e se estendendo por todo o território um dia governado pelo rei Davi e Salomão. Com isto, acabaram com a pratica dos jogos de exercícios(esportes) na região, com a derrota dos exércitos Selêucidas.
     Contra todas as expectativas, os Macabeus  triunfaram sobre as tropas gregas, muito maiores, mais bem equipadas e profissionais, após 34 anos de lutas(198-164 a.C.).
     A relativa independência dos judeus terminou com a Ascenção de Aristóbulo II ao trono(66-63 a.C.). Seu irmão, João Hircano II(63-40 a.C.), iniciou uma guerra civil que terminou com a intervenção do general romano Pompeu, no ano 63 a.C., sob o pretexto de pacificar a região. Pompeu colocou Hircano II como sumo-sacerdote e transformou a Judeia em um reino subordinado a um procurador romano. No ano 37 a.C., o general Marco Antônio entregou o trono da Judeia  à  Herodes, o Grande(73-4 a.C.), um príncipe idumeu, filho do procurador romano Antipater. Herodes incluiu no governo da Judeia tudo quanto fosse grego, retornando o processo de helenização extinto pela revolta dos Macabeus em Israel. Rodeava-se de sábios gregos, confiava aos gregos os altos negócios do Estado e fez de Nicolau de Damasco(historiador e filosofo grego), como o seu conselheiro oficial e historiador. Construiu em Jerusalém um grande e custoso teatro e um Circo(hipódromo), para corridas de bigas e corridas de cavalos, enfeitando-os com monumentos em honra de Otávio Augusto. Introduziu o atletismo grego(corridas a pé, lutas, lançamento de dardo e disco, salto a distancia), concursos musicais e as lutas de gladiadores, a moda romana. Embelezou Jerusalém com edifícios que ao povo judeu pareciam corpos estranhos e enfeitou praças publicas com estatuas gregas exibindo a nudez masculina, ofendendo o pudor dos hebreus.
     Roma totalmente influenciada pelo helenismo, continua a tarefa de impô-lo as demais civilizações por ela conquistada, de uma forma geral, ampla e irreversivel.
     No 3º ano de governo do rei persa Ciro, por volta de 537 a.C., o profeta Daniel não atendeu ao desejo de voltar a sua pátria Jerusalém, como permitia o decreto deste monarca, promulgada em 438 a.C.(Esdras 1:1-4), ficando para confortar e auxiliar os judeus exilados. Quando Daniel decidiu jejuar e orar durante 21 dias em favor do seu povo, o anjo Gabriel revelou que há demônios responsáveis pelas potencias mundiais, que tentam impedir as respostas das orações. Curiosamente, Satanás e chamado de 'principe', por ser um soberano responsável por um governo organizado(constituídos por demônios): "Mas o príncipe do reino da Pérsia se pôs defronte de mim, vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos príncipes, veio para ajudar-me e eu(Gabriel) fiquei ali com os reis da Pérsia.......eu tornarei a pelejar contra o príncipe dos Persas(Satanás); e, saindo eu(Gabriel), eis que vira o príncipe da Grécia."(Daniel 10:13 e 20).
     Satanás se opõe a toda a adoração ao Altíssimo, sendo responsável pelos prazeres e alegrias deste mundo, inclusive os jogos de exercícios, levando os pecadores a desagradarem ao Criador: " Nos quais o deus deste seculo(Satanás) cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho de Cristo, que e a imagem de Deus."(II Corintios 4:4).
     "Mas os fariseus, ouvindo isto, diziam: Este não expulsa os demônios, senão por Belzebu, príncipe dos demônios"(Mateus 12:24).
     Agora e o juízo deste mundo; agora sera expulso o príncipe deste mundo".(João 12:31).
     "E do juizo; porque o príncipe deste mundo esta julgado".(João 16:11).
     "Em que noutro tempo andastes segundo o curso(caminho) deste mundo, segundo o príncipe das potestades(governos organizados) do ar, do espirito que agora opera nos filhos da desobediência".(Efésios 2:2).
     "E o diabo, levando-o a um alto monte, mostrou-lhe num momento de tempo, todos os reinos do mundo. E disse-lhe: dar-te-ei a ti(Jesus) todo este poder e a sua gloria; porque a mim me foi entregue e dou-o a quem quero".(Lucas 4: 5-6).
     "Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda".(Judas 1:9).
                                     
                                        Bibliografia.
                             A Historia da civilização-César e Cristo III-Will Durant-1971-2ª edição
                             Alexandre e os judeus/Historias-online
                             Historia de Israel e Judá antigos-Wickipedia-online
                             Os Macabeus-Wickipedia-online
                             Phillippeion-Wickipedia-online
                             Helenização/fenomeno Urbano-Wickipedia-online
                             Bíblia Sagrada.
     

Um comentário:

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