Páginas

terça-feira, 30 de abril de 2013

ALEXANDRE, O GRANDE E OS JOGOS OLIMPICOS. I PARTE.

     As glorias humanas que os jogos Olímpicos proporcionavam aos vencedores, despertavam a atenção e o interesse de diversas nações, principalmente reis e conquistadores de varias partes do mundo.
     Antes mesmo de Filipe II da Macedônia, conquistar o território grego, já prestigiava e amava imensamente as competições esportivas realizadas em Olímpia, distrito da Elida. Investia no treinamento de seus corcéis(cavalos de corridas), para que disputassem e vencessem nas corridas de bigas nestes jogos. Três(3) anos apos o inicio do seu reinado na Macedônia, em 356 a.C.(ano do nascimento de seu filho Alexandre Magno), na 106ª Olimpíada em louvor a Zeus, obteve a vitoria de sua parelha de cavalos no hipódromo de Olímpia, sob os aplausos de cerca de 45 mil espectadores que se amontoavam para assistirem este grande espetáculo da época. Este triunfo trouxe grande alegria a este conquistador macedônico. Pode inscrever seus cavalos nas demais competições quadrienais que ocorreriam: 107ª Olimpíadas(352 a.C.), 108ª Olimpíadas(348 a.C.), 109ª Olimpíadas(344 a.C.) e 110ª Olimpíadas(340 a.C.). Filipe, por vaidade, mandava gravar nas moedas macedônias, os triunfos obtidos por seus cavalos nas corridas de bigas nos jogos Olímpicos.
     Por fim, em agosto de 338 a.C.(2 anos antes de ocorrerem a 111ª Olimpíada), Filipe II, com sua tropa de 25 mil soldados infantes e 5 mil cavaleiros, na Batalha de Queroneia(Beócia), combateu contra as tropas gregas da Beócia, Atenas, Megara, Corinto e Aqueia, somando cerca de 35 mil homens, derrotando-os e ocupando os territórios gregos. Alexandre, com 18 anos, liderou a cavalaria do exercito macedônio, formada por membros da nobreza(grupo privilegiado), enquanto que a infantaria(soldados que lutavam a pé, sem montaria), era formada por homens livres pobres. Ao transformar a Macedônia numa potencia militar, Filipe II deu inicio a conquista da Grécia, que se encontrava enfraquecida em decorrência da Guerra do Peloponeso(431-404 a.C.). O ateniense Demóstenes liderou a união das cidades gregas contra a invasão macedônia, porem, não foi suficiente para resisti-los, pois o exercito invasor estava bem mais preparado.
     Em agradecimento a vitoria alcançada pela conquista da Grécia, na Batalha de Queroneia,  Filipe II ofereceu ao deus Zeus(patrono da Macedônia e da Grécia), um monumento denominado "Philippeion", edificado no Altis(bosque sagrado) de Olímpia. Durante os dois(2) anos do inicio desta construção, o rei Filipe II foi assassinado, em 336 a.C., por um ex-amante rancoroso(tanto na Grécia quanto na Macedónia, era socialmente aceito que um homem tivesse amantes de ambos os sexos). Seu filho Alexandre, o Grande deu conclusão a esta grandiosa obra. Foi confiada esta edificação ao escultor ateniense Leocaras(360-320 a.C.) O templo consistia em uma colunata exterior de ordem jônica, tendo 18 colunas, todo em marfim e ouro, e um diâmetro de 15 metros de altura. Este monumento também foi utilizado para o culto da família real divinizada da Macedônia(Alexandre, seus pais Filipe e Olímpia e os pais de Filipe, Amintas e Euridice). As duas estatuas femininas foram posteriormente transferidas para o Heraion(templo da deusa Hera). O Phillippeion foi construído no canto noroeste do Altis(bosque sagrado), perto do rio Claudes, permitindo mais tarde, que a maior parte da construção afundasse devido a proximidade com este rio.
     Apos ter conquistado a Grécia, Filipe II começou a planejar uma guerra contra a Pérsia(atual Irã). Os persas eram donos de grande império, tendo vários países sob o seu domínio. Os tesouros dos reis persas e as terras férteis desse império atraíram a cobiça do rei macedónio. Com a sua morte, Alexandre, que tinha então 20 anos de idade, tornou-se o novo rei da Macedônia.
     Alexandre, o Grande, difundiu para outras partes do mundo, inclusive na Macedônia(seu pais de origem), a cultura e os costumes da Grécia. Em 334 a.C., liderou um exercito de milhares de homens e atravessou a Asia Menor. Conquistou a Síria, Pérsia, Tiro, Egito, Israel, Afeganistão, norte da Índia. Criou um império que se estendia da Grécia ate ao rio Indo(sua campanha militar durou 12 anos, levando o seu exercito, a 15 mil quilômetros de distancia). Contribuiu para a difusão da cultura grega no Oriente. Suas conquistas aproximaram Ocidente e Oriente, dando origem a uma nova cultura: a helenística, resultado da mistura das culturas ocidental e oriental. Em grande parte, essa mistura foi estimulada pelo próprio Alexandre, que alem de ser tolerante em relação a religião e a cultura dos povos conquistados, incentivou que os homens do exercito se casassem com mulheres orientais. Ele próprio deu o exemplo, casando-se com 3 princesas persas. Teve 2 filhos: 1 com uma de suas esposas e outro com uma de suas concubinas.
     Apesar de ter difundido os jogos gregos em todos os territórios conquistados, com exceção de Israel, Alexandre tinha antipatia pelo atletismo(correr, saltar e lançar objetos à distância) dos jogos Olímpicos. Como ele era veloz corredor, possuindo grande agilidade, perguntado por amigos se disputaria o premio da corrida a pé, no estadio de Olímpia(Grécia), respondeu: "Eu concorreria, se encontrasse reis como adversarios". Alexandre preferia as disputas entre poetas trágicos(teatro) ou disputas entre músicos que tocavam a flauta ou a lira ou entre compositores poéticos, nos moldes dos jogos píticos, ístmicos e nemesianos:outros jogos nacionais da Grécia. Nestes tipos de competições, ele frequentemente oferecia prêmios aos vencedores. Admirava os jogos em que combatiam as feras contra lutadores com paus e investia em lutas corporais nos estádios em Olímpia. O Pancrácio(grego que significa: "Cerco total" ou "Poderes Totais"), era um misto de vale-tudo e pugilato, introduzido na 25ª Olimpíada, em 680 a.C., era amado por este conquistador. Este tipo de luta legou à história dos combates com punhos um capítulo de tragédias. Rara não era a luta em que não morria um dos competidores. A vitória de um lutador neste torneio era a maior glória que se poderia alcançar. O famoso lutador(grego: "atleta") de Pancrácio chamado Dioxippus, competindo nu e armado só com uma clava, derrotou o campeão de Alexandre, o Grande, chamado Coragus, que estava equipado com armadura, lança e espada, sendo vencido pelo seu adversário com apenas um soco que o derrubou. Todos os espectadores achavam que Dioxippus seria decapitado por ter derrotado o lutador do rei macedônio, mas, pelo contrário, foi convidado por Alexandre a treinar os seus soldados para as futuras batalhas que iriam ser travadas. Este conquistador enviou atletas à Grécia em quatro(4) Olimpíadas: 1) 336 a.C.(11ª Olimpíada); 2) 332 a.C.(112ª Olimpíada); 3)328 a.C.(113ª Olimpíada); 4) 324 a.C.(114ª Olimpíada). Quando invadiu à Índia, em 326 a.C., levou a modalidade do Pancrácio a este país, sendo praticado nos campos militares como parte do treinamento.
     Depois que este monarca tomou e destruiu a cidade de Tiro, decidiu refunda-la com uma população Fenicia e mante-la em segurança por um comandante grego, encarregado pela região. Planejou com antecedencia um esplendido festival com sacrificios ao deus Heracles(Hércules), competições de atletismo e de jogos literários. Era a ocasião de celebrar a dominação do mar por Alexandre e os gregos. O reis de Chipre(ilha localizada no Mediterrano oriental, a 108 km da Síria) equiparam e treinaram os coros para os jogos. Vieram atores de Atenas e os juizes da competição dramática eram os principais generais macedónios.
     O veiculo fundamental da difusão do modo de vida grego no Oriente, foi a língua grega, conhecida neste período sob a forma de "Koiné"(que significa "comum") e designa a língua única, comum a todos, que substitue, apos as conquistas de Alexandre Magno(o Grande), o plural dos dialetos gregos. Esta língua mais simples do que o grego clássico e mais flexível na absorção de elementos novos, torna-se instrumento indispensavel para a comunicaçao dos povos tao diferenciados, que constituem as monarquias helenísticas. Através dos jogos gregos implantados por Alexandre nas diversas regiões por ele dominadas, pode implantar a língua "Koiné", que auxiliou no processo de helenização das nações. Na época helenística, houve grande divulgação dos jogos Olímpicos. Tanto os reis, como os santuários ou as cidades, os organizavam por toda a parte: quer seja para honrar seus antepassados, ou para comemorar uma vitoria ou agradecer aos deuses por terem se livrado de alguma catástrofe.
     Sobre o festival Olímpico, diz o historiador P.Harvey: "Poetas e oradores aproveitam-se da grande concentraçao de visitantes a Olímpia, para tornarem-se conhecidos mediante a declamação de suas obras. Atletas e donos de cavalos de corridas vinham de muitos Estados gregos e realizava-se simultaneamente uma grande feira. Pode-se fazer uma ideia aproximada do numero de pessoas presentes no festival, considerando o fato do estadio de Olímpia ter a capacidade para acomodar 45 mil espectadores.
     Outro forte instrumento de helenização e a Pandeia grega, ou seja, "educação grega", que se aplica a criança. De todas as instituições educativas gregas, sendo implantadas por toda a parte onde chegam os gregos e a "Efebia". O termo "efebia" vem de "efebo", que significa "jovem"(=efebo), poderoso instrumento para implantação do helenismo. Esta instituição foi introduzida em Atenas, no ultimo terço do seculo IV a.C., apos a derrota de Queroneia(338 a.C.). A efebia de Atenas começou a funcionar regularmente a partir dos anos 334-333 a.C.
     A efebia Atica(grega) se assemelhou ao serviço militar obrigatório. As cidades faziam a lista dos jovens que completavam 16 anos, passando a serem sustentados pelo Estado, recebendo instruções militares, sendo treinados para as praticas de competições esportivas. Os efebos recebiam uma roupa denominada "Petaso", que era um chapéu de abas largas e um manto negro, referente ao deus grego Hermes(o deus da velocidade). Na época helenística, a efebia foi espalhada em centenas de cidades, tornando-se mais esportiva do que militar. Os gregos das colonias queriam que seus filhos fossem iniciados na vida grega e no gosto pelos exercícios atléticos(corridas a pé, lutas, lançamento do dardo e disco, salto a distancia, etc), fator cultural que os diferenciava dos demais povos "bárbaros"(segundo eles).
     A efebia funcionava normalmente no ginásio. Em cada cidade, havia magistrados que dirigiam a instituição, O Pedotribo era encarregado pela instrução dos jovens, que unia os conhecimentos das praticas esportivas as técnicas de desenvolvimento do corpo dos atletas.
     Os ginásios eram numerosos no mundo helenístico e bastante semelhante na sua estrutura. A Palestra era a área onde se praticavam os exercícios, medindo de 34 a 35 metros de lado. Era um patio coberto de areia. Apos o efebeum(sala com paredes revestidas de mármore), vinha a sala onde se exercitava o pugilismo, com um saco de areia(Korykeion).
     A pista de corrida se estendia em direção nordeste: o estadio de Priene tinha 191metros de comprimento e 18 metros de largura.
     Em 334 a.C., Alexandre querendo saber o futuro, viajou até a Grécia central, a consultar o deus Apolo, através do Oráculo de Delfos, para saber se teria êxito na conquista do imenso império Persa. Todavia, chegou num período em que não permitido à pitonisa conceder adivinhações(oráculos). Enviou mensagens à adivinhadora para que fosse ao templo, porém ela recusou alegando ser isso proibido pela lei.
     Quando conseguiu dissipar todas as revoltas nas cidades gregas de Tebas(que foi destruída por suas tropas, matando cerca de 6 mil tebanos) e apaziguando a revolução de Atenas, decidiu eliminar o perigo que vinha do oriente, especialmente a Pérsia. Na primavera de 334 a.C., Alexandre iniciou o primeiro enfrentamento contra os persas, obtendo uma sgnificativa vitória. Em novembro de 333 a.C., na Batalha de Isso, obteve no triunfo sobre as tropas persas do rei Dario III(336-331 a.C.). Após este êxito, tomou a cidade de Damasco(capital da Síria). Neste mesmo, conquistou a Fenícia e todo o território da Siria. Em 332 a.C., fez um desvio para o sul promovendo o cerco a Sidom e a Tiro. Em agosto, chegou a Gaza, seguindo para o Egito, sendo instituído Faraó em Mênfis. Depois destas conquistas, em 332 a.C., Alexandre enviou uma mensagem ao Sumo-Sacerdote Jádua(340-323 a.C.), (Neemias 12:11), contendo três(3)  exigências: 1) Que Judá(Jerusalém) fornecesse soldados; 2) Permitisse o livre trânsito das tropas macedônias por Jerusalém; 3) Fornecessem ajuda, assim como eles haviam dado a Dario III. A carta vinha acompanhada de uma sugestão: que o Sumo-Sacerdote deveria pensar bem se era melhor estar do lado do vencedor(Alexandre) ou do lado do vencido(Dario III, da Pérsia). Jádua respondeu que os judeus haviam se aliado aos persas através de um juramento e que não poderiam trair esta aliança, lembrando que no passado, sempre que eles romperam um juramento, foram punidos severamente por Deus, como ocorreu com o rei Zedequias(597-586 a.C.) que perjurou após haver se comprometido com Nabucodonosor.
     Alexandre poderia ter aceitado esta explicação, mas foi convencido por Sambalate, governador de Samaria, de que os judeus não estavam agindo assim por serem leais, mas por serem traidores. Os samaritanos estiveram ao lado de Dario III durante o período em que governava, porém quando a situação se inverteu favorável a Alexandre, não hesitaram em passar para o lado do macedônio, enviando inclusive cerca de 8 mil soldados para auxiliá-lo na guerra contra Dario. Sambalate era sogro de Manassés, irmão de Jádua. Manassés havia sido sacerdote, mas foi banido por se casar com uma samaritana e estava tentando construir um templo no monte Gerizim, para rivalizar com o templo de Jerusalém.
     Este conquistador, cheio de ódio, decidiu punir os judeus e avançou com seu numeroso exército contra Jerusalém(localizada na tribo de Benjamim). O Sumo-Sacedote Jádua reuniu toda a nação de Judá e Benjamim a buscar a presença do Altíssimo, suplicando o socorro divino, contra a fúria do rei da Macedônia. Diz o historiador judeu Flávio Josefo, que Jerusalém se preparou para a sua chegada, temendo pelo pior e por inspiração divina, abriu as portas da cidade para recebê-lo. Os judeus, porém, em vez de entrarem em pânico, se prepararam como se houvesse uma grande festa, decorando as ruas, vestindo-se com roupas de linho branco. Assim que Alexandre chegou, ficou deslumbrado com o Sumo-Sacerdote vestido de branco e vendo o nome de Deus gravado em ouro em sua tiara, desmontou do cavalo e prostrou-se diante de Jádua, dizendo: "Bendito seja esse Deus que tem você como servo". Quando Parmênio, um de seus oficiais favoritos, questinou este procedimento de Alexandre que, sendo ele um conquistador orgulhoso, diante de quem todos se prostravam, reverenciando um simples sacerdote judeu, el respondeu: "Quando eu ainda estava na Macedônia, imaginando como poderia conquistar a Ásia, ele me apareceu em sonhos com estas mesmas roupas e me exortou que passasse o estreito do Helesponto, garantindo-me que estaria à frente do meu exército e me faria conquistar o império dos persas. Eis que jamais tinha visto antes a ninguém revestidas de trajes semelhantes aos que ele me apareceu em sonhos. Não posso duvidar de que foi por ordem de Deus que empreendi esta guerra e assim venci Dario. Não é a ele, o Sumo-Sacerdote que adoro, mas é ao Deus de quem ele é ministro". Depois de dar esta resposta a Parmênio, subiu ao Templo e ofereceu sacrifícios a Deus conforme a orientação de Jádua, que lhe mostrou o livro de Daniel capítulo 8, onde está escrito que um príncipe da Grécia destruiria o império dos persas e disse-lhe que não duvidava de que era dele de quem falava a profecia: "E estando eu considerando, eis que um bode(rei da Grécia-Alexandre, o Grande) vinha do ocidente(Macedônia) sobre toda a terra, mas sem tocar o chão; e aquele bode tinha uma ponta notável entre os olhos; dirigiu-se ao carneiro(império medo-persa) que tinha as duas pontas(Média e Pérsia), ao qual eu tinha visto diante do rio: e correu contra ele com todo ímpeto da sua força. E o vi chegar perto do carneiro, irritar-se contra ele; e feriu o carneiro e lhe quebrou as duas pontas, pois não havia força no carneiro para parar diante dele: e o lançou por terra e o pisou a pés. não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão.......20 Aquele carneiro que viste com duas pontas são os reis da Média e da Pérsia. Mas o bode peludo é o rei da Grécia(Alexandre, o Grande); e a ponta grande que tinha entre os olhos é o rei primeiro(Alexandre)."(Daniel 8: 5-7 e  20). Poupou Jerusalém, aexando as terras de Judá e Benjamim pacificamente aos seus domínios. Fez várias concessões aos judeus, exigindo apenas que os judeus que nascessem naquele ano fossem chamados de Alexandre(que até hoje permanece sendo um nome judaico). Possivelmente, o macedônio empregou os judeus no cerco a cidade de Gaza e na proteção da construção da cidade de Alexandria, no Egito. Alexandre colocou Andrômaco como governador da Judéia, mas os samaritanos assassinaram-no, recebendo como punição o exílio e Samaria foi repovoada com macedônios. Este rei grego(chamado assim por propagar os costumes gregos) permaneceu na Judéia por alguns dias e respeitando a fé e os costumes hebraicos não construiu nenhum ginásio, nem estádio, ou seja, nenhuma das práticas dos jogos de exercícios foram implantados em territórios dos judeus, que condenavam tais competições. Em todas as terras conquistadas, Alexandre mandava vir da Grécia, atores, que ensinavam as artes dramáticas e treinadores que ensinavam os conquistados a serem atletas para competir nos jogos implantados pelo rei grego.
     O império persa durou cerca de 213 anos e Alexandre levou três(3) anos para dominá-lo totalmente(de 334-331 a.C.).
     Em 323 a.C., com a morte  de seu parceiro Hefestion, na cidade de Ecbátanos(Pérsia), Alexandre quase enlouqueceu, Em desespero, cortou os cabelos, as crinas e os rabos dos cavalos do exercito, alem de mandar executar Glaucios, o medico que atendera seu companheiro. Para homenagea-lo, celebrou jogos funerários, com lutas de gladiadores e corridas de bigas. Determinou que Hefestion deveria ser adorado como um herói divino. Guardou luto durante meses.
     Alexandre costumava a instituir jogos fúnebres, conforme o costumes de outras nações. Em 324 a.C., quando morreu Calano, seu fiel conselheiro, que o acompanhava desde as expedições a Índia, mandou realizar na cidade de Susã(Pérsia), onde ele morreu, os jogos funerários, que incluia a competição de quem bebia mais, ocorrendo ate mortes de seus soldados, pela alta ingestão de bebida alcoólica.

sábado, 27 de abril de 2013

A CHAMA OLIMPICA. II PARTE.

     Deus exigiu que no altar dos sacrificios pela expiaçao dos pecados de Israel, deveria ficar um fogo aceso permanentemente: "E faras um altar para queimar o incenso de madeira de cetim o faras".(Exodo 30:1); "O fogo ardera continuamente sobre o altar, nao se apagara".(Levitico 6:13).
     Quando o Apostolo Joao relatou a sua visao dos acontecimentos futuros que ocorrerao com o planeta Terra, citou a prefiguraçao do altar celestial que lembrava o exercicio expiatorio que ocorria nos tabernaculos terrestres: "E o anjo tomou o incensario e o encheu do fogo do altar e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, trovoes, relampagos e terremotos".(Apocalipse 8:5).
     Satanas, no seu culto, imita os mesmos procedimentos usados para a adoraçao ao Deus Todo-Poderoso. O rei Jeroboao, lider das 10 tribos de Israel, que governou de 930 a 910 a.C., incentivou a idolatria, construindo um bezerro de ouro em Betel e outro em Da, provocando a ira do Altissimo: "Pelo que o rei tomou conselho e fez dois bezerros de ouro.... e este feito se tornou em pecado.... E fez Jeroboao uma festa no oitavo mes....como a festa que se fazia em Juda e sacrificou no altar; semelhantemente fez em Betel, sacrificando aos bezerros que fizera....e sacrificou no altar, queimando incenso".(I Reis 12: 28,30, 32 e 33).
     No fogo permanente do altar, os israelitas colocavam incenso(que fazia parte do rito em purificaçao dos seus proprios pecados) em adoraçao a outros deuses, provocando a ira do Verdadeiro Deus:  "Assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre este lugar e sobre os seus habitantes, a saber.... porque me deixaram e queimaram incenso perante outros deuses, para me provocarem a ira, com toda a obra das suas maos; portanto o meu furor se derramou sobre este lugar e nao se apagara".(II Cronicas 34:24-25).
     Acaz, rei de Juda, começou seu governo aos 20 anos de idade, no ano 741 a.C. Entregou-se a idolatria, sacrificou seu proprio filho aos idolos. Foi exortado pelo profeta Isaias a crer em Deus, porem preferiu confiar nos idolos das naçoes: "Tinha Acaz vinte anos de idade quando começou a reinar e reinou dezesseis anos em Jerusalem e nao fez o que era reto aos olhos do Senhor seu Deus, como Davi, seu pai. Porque andou no caminho dos reis de Israel: e ate a seu filho fez passar pelo fogo, segundo as abominaçoes dos gentios, que o Senhor lançara fora de diante dos filhos de Israel. Tambem sacrificou e queimou incenso nos altos e nos outeiros(pequenos montes), como tambem debaixo de todo o arvoredo".(II Reis 16: 2-4).
     "Porque o Senhor humilhou a Jerusalem por causa de Acaz, rei de Israel; porque desviara a Juda, que de todo se dera a prevaricar contra o Senhor....Porque sacrificou aos deuses de Damasco, que o feriram e disse: visto que os deuses dos reis da Siria os ajudam, eu lhes sacrificarei, para que me ajudem a mim. Porem eles foram a sua ruina e de todo o Israel....Tambem em cada cidade de Juda fez altos(altares) para queimar incenso a outros deuses: assim provocou a ira o Senhor, Deus de seus pais".(II Cronicas 28: 19, 23 e 25).
     O profeta Jeremias, no ano 600 a.C., falando sobre Moabe, povo descendente de Lo, gerado no ato incestuoso com sua filha mais velha, depois da destruiçao de Sodoma, alerta do castigo que desceria sobre os idolatras: "E farei desaparecer de Moabe, diz o Senhor, quem sacrifique nos altos(altares) e queime incenso aos seus deuses".(Jeremias 48:35).
     Aos moradores da tribo de Juda, o profeta Jeremias profetizou da parte de Deus contra a idolatria a uma suposta divindade reverenciada: " Nao ves tu o andam fazendo nas cidades de Juda e nas ruas de Jerusalem? Os filhos apanham a lenha e os pais acendem o fogo e as mulheres amassam a farinha, para fazerem bolos a rainha dos ceus e oferecem libaçoes(brindes com vinho) a outros deuses, para me provocarem a ira......Portanto, assim diz o Senhor Jeova: Eis que a minha ira e o meu furor se derramarao sobre este lugar, sobre os homens e sobre os animais e sobre as arvores do campo e sobre os frutos da terra; e acender-se-a e nao se apagara".(Jeremias 7:18 e 20).
     "Mas nao ouviram, nem inclinaram os seus ouvidos, antes(ao inves) andaram cada um conforme o proposito do seu coraçao malvado: pelo que trouxe sobre eles todas as palavras deste concerto que lhes mandei que cumprissem....portanto assim diz o Senhor: Eis que trarei mal sobre eles, de que nao poderao escapar e clamarao a mim e eu nao os ouvirei....Tu pois nao ores por este povo, nem levantes por eles clamor nem oraçao; porque nao os ouvirei no tempo em que eles clamarem a mim, por causa do seu mal".(Jeremias 11:8, 11 e 14).
     Oseias,rei de Israel, aproveitando-se da chama perpetua do sacrificio expiatorio, dedicou-a ao sacrificio aos deuses das naçoes, provocando a ira do Todo-Poderoso: "E levantaram estatuas e imagens do bosque, em todos os altos(altares) outeiros(montes) e debaixo de todas as arvores verdes. E queimaram ali incenso em todos os altos(altares), como as naçoes, que o Senhor transportara de diante deles: e fizeram coisas ruins, para provocarem a ira do Senhor. E serviram os idolos, dos quais o Senhor lhes dissera: nao fareis estas coisas".(II Reis 17:10-12).
     O rei Ezequias, quando assumiu o trono de Juda aos 25 anos de idade,  extinguiu a chama permanente que os judeus dedicavam a seculos a serpente de metal que Moises havia levantado no deserto: "E fez o que era reto aos olhos do Senhor, conforme tudo o que fizera Davi, seu pai. Este tirou os altos(altares), quebrou as estatuas, e deitou abaixo os bosques e fez em pedaços a serpente de metal que Moises fizera: porquanto ate aquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamaram Neusta".(II Reis 18:3-4).
     Entre as naçoes idolatras, no altar das divindades um fogo ficava permanentemente aceso, por ser considerado divino. Ficava aceso nos diversos templos dos deuses gregos. O fogo era tao importante, que em algumas sociedades mantinha-se acesa uma chama perpetua. Na Grecia, muitas casas tinham uma lareira sagrada, que representava a vida ou o espirito das pessoas.
     Pritano foi o nome dado pelos antigos gregos ao coraçao de cada cidade e era representado por um fogo eterno queimando em um altar no edificio com este nome. No seculo V a.C., foi construido um monumento em Olimpia, o Pritaneon, onde residiam os Oficiais do Santuario, responsaveis por manter a chama eterna.
     Durante os jogos Olimpicos, a partir de 776 a.C., realizava-se o sacrificio de 100 bois a Zeus e um sacerdote ficava em pe na extremidade do estadio segurando uma tocha. Os atletas corriam ate a extremidade do estadio em direçao ao sacerdote e o vencedor tinha o privilegio de apanhar a tocha e acender o fogo do altar para os sacrificios. A chama queimava simbolicamente durante os jogos em honra a este sacrificio oferecido a Zeus. Os jogos Olimpicos originais destinavam-se a atiçar as chamas da adoraçao. As olimpiadas começam com o acendimento da tocha e terminam quando a mesma e apagada.
     Aos cristaos da cidade de Efeso, o Apostolo Paulo inspirado divinamente, advertiu: "E nao comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, antes(ao inves) condenai-as".(Efesios 5:11).
     Eu sua carta ao companheiro Tito e aos cristaos da ilha de Creta, lembrou que antes da conversao a Cristo, todos amavam os prazeres carnais e mundanos que desagradam a Deus: "Porque tambem nos eramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a varias concupiscencias e deleites(prazeres) , vivendo em malicia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros."(Tito 3:3).
     Na sua oraçao pelos seus seguidores, Jesus deixou bem claro que nao participam dos prazeres deste mundo: "Nao sao do mundo, como eu do mundo nao sou".(Joao 17:16).
     Os 'Pais da Igreja', responsaveis pela manutençao e santidade do rebanho de Cristo, tambem combateram os prazeres deste mundo:
     1) Bispo Inacio(105 d.C.): "Nada visivel e bom. A obra nao e ja de persuasao, senao que o cristianismo tem mais poder, sempre que seja aborrecido pelo mundo".
     "Sendo assim que todas as coisas tem um final e estas duas, a vida e a morte estao diante de nos e cada um deve ir a seu proprio lugar, ja que so ha duas moedas, uma de Deus e a outra do mundo e cada uma tem sua propria estampa cunhada nela; os nao crentes a marca do mundo, mas os fieis em amor a marca de Deus, o Pai por meio de Jesus Cristo..." 
     2) Clemente de Alexandria(150 d.C.): "Portanto, irmaos, nao apreciemos nossa vida neste mundo e façamos a vontade do que nos chamou e nao tenhamos medo de afastar-nos deste mundo. Porque o Senhor disse: "Serao como cordeiros no meio de lobos"....Sabem, irmaos, que a vida da carne neste mundo e desprezivel e dura pouco, mas a promessa de Cristo e grande e maravilhosa, a saber, o repouso do reino que sera e a vida eterna. Que podemos fazer, pois, para obte-las, senao andar em santidade e justiça e considerar que as coisas deste mundo sao estranhas para nos e nao as desejar? Porque quando desejamos obter essas coisas nos extraviamos do caminho reto. Mas o Senhor disse: ninguem pode servir a dois senhores..."
     3) Taciano(160 d.C.): "Se es superior as paixoes, desprezaras todas as coisas do mundo".
     4) Irineu(180 d.C.): "Cristo nao nos relatou simplesmente a historia do homem pobre e rico. Ele nos ensinou que ninguem deve levar uma vida luxuosa. Ninguem deve viver nos prazeres deste mundo e banquetes sem fim. Ninguem deve ser escravo de seus desejos e esquecer de Deus".
     5) Clemente de Alexandria(195 d.C.): "(os cristaos como) cavalos correm velozes para a verdade, prontos a atingir a salvaçao; e pisoteiam e golpeiam contra o solo e as coisas deste mundo".
     6) Tertuliano(197 d.C.): "Tudo zelo na busca de gloria e honra esta morto em nos.... Entre nos nunca se diz, ve ou escuta nada que tenha algo em comum com a loucura do Circo(corridas de bigas, hipismo), a desonestidade do teatro, as atrocidades da arena(luta de gladiadores) ou o exercicio inutil do campo de luta livre(estadio grego). Por que se ofendem conosco se discordamos de voces(romanos) quanto aos seus prazeres?"
    " No que  a voces respeita, (os cristaos) sao estrangeiros neste mundo, cidadaos de Jerusalem, a cidade que esta no ceu. Nossa cidadania, diz o Apostolo, esta nos ceus.... Voces nao têm nada que ver com os deleites(prazeres) deste mundo".
     "No carcere nao lhes atingira a gritaria dos espetaculos(estadios, Circos e anfiteatros), nem as atrocidades, nem o furor, nem a obscenidade de atores e espectadores. Seus olhos nao se chocarao com os sujos lugares de libertinagem publica".
     7) Marco Minuncio Felix(200 d.C.) : " Nos, que somos juizes por nossos costumes e nosso sentido de pudor, com razao nos abstemos dos maus prazeres, de suas cerimonias e espetaculos, cuja origem sagrada conhecemos e cujo prejudiciais encantos condenamos. Quem nao se horroriza ao ver nas carreiras de carroças(bigas) a loucura do povo disputando uns com os outros ou nas lutas de gladiadores, uma verdadeira escola de homicidio?"
     8) Clemente de Alexandria(195 d.C.): "Nao sem razao alguem poderia chamar os estadios e os teatros "escolas de pestilencia(doença), pois ali ha tambem um conselho(Salmos 1:1) que trama o mau contra o justo, razao pela qual e maldita esta assembleia que condena ao justo.

                                Bibliografia.
                                Dicionario da Igreja Primitiva-online
                                As Heraias-Historia Universal- volume 1- 2ª ediçao-De R.Haddock Lobo-1975
                                Chama Olimpica-Enciclopedia Livre-online
                                Tocha Olimpica-online
                                Biblia Sagrada.
    

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A CHAMA OLIMPICA.- I PARTE

     A chama olimpica, fogo olimpico ou tocha olimpica e um dos simbolos dos jogos olimpicos e evoca a lenda do tita Prometeu que teria roubado o fogo do deus Zeus para entrega-lo aos mortais. Durante a celebraçao dos jogos olimpicos da antiguidade, em Olimpia, mantinha-se aceso um fogo que ardia enquanto durassem as competiçoes, sendo esta tradiçao reintroduzida nos jogos olimpicos de verao de 1928. Nos jogos olimpicos de verao de 1936, foi pela primeira vez realizada uma estafeta(entragadores) de atletas para transportar uma tocha com a chama, desde as ruinas do templo da deusa Hera(erguida no ano 600 a.C.), em Olimpia, ate o estadio olimpico de Berlin(Alemanha).
     Na antiguidade, o fogo era considerado sagrado por muitos povos, incluindo os gregos. Devido a importancia do fogo, em muitos templos eram mantidas chamas permanentes. Este era o caso do templo da deusa Hestia(que no grego significa "a terra"), divindade da lareira e do lar, na cidade de Olimpia. Essa deusa correspondia a deusa Vesta dos romanos. Durante a realizaçao dos jogos olimpicos, as sacerdotisas da Hestia acendiam o fogo sagrado que ficaria aceso durante as competiçoes. Quem deixasse o fogo apagar, poderia ser castigada.
     Segundo se sabe, era tradiçao manter um fogo aceso durante os torneios, quando se efetuavam sacrificios ao deus Zeus. Nessas cerimonias, os sacerdotes acendiam uma tocha e o atleta que vencesse uma corrida ate ao local onde se encontravam os sacerdotes, teria o privilegio de transportar a tocha para acender o altar do sacrificio. O fogo era entao mantido aceso durante os jogos como homenagem a Zeus.
     O gregos adoravam as provas de atletismo e aclamavam os vencedores com uma pompa digna de realeza em outras terras. Os vencedores dos jogos olimpicos eram levados por uma multidao de espectadores desde a arena do estadio ate o vizinho templo de Zeus. No santuario, os atletas ficavam de pe em frente a imagem do deus para receber a coroa: uma guirlanda de folhas de oliveira silvestre presa a uma estreita fita. Aqueles que recebiam a coroa experimentavam a imortalidade. Os poetas entoavam-lhe louvores e os escultores copiavam a forma de seus corpos. A adulaçao aos atletas era tamanha que o dramaturgo grego Euripedes(470-406 a.C.), chegou a protestar, dizendo: "As coroas deviam ser dadas aos bons e aos sabios, aqueles que melhor conduzem as suas cidades".
     Olimpia nunca foi uma cidade de verdade, nao possuindo cidadaos ou governo, sendo um lugar proprio para a realizaçao dos jogos dedicados a divindade do Olimpo, Zeus. Pertencia ao distrito da Elida, localizado na Grecia do sul ou Peloponeso(Peninsula grega).
     Na antiguidade, Olimpia pertencia a cidade de Pisa, um porte lendario da terra dos epios(denominaçao "epios", vem do rei Epio) e a mitologia diz que seu primeiro rei foi Oenomao. Mas o que se sabe e que Olimpia tem sido habitada desde o 3º milenio a.C.(3000 a.C.), principalmente atraves de achados arqueologicos encontrados na colina de crono e na colina de Oemomao, com casas construidas com pedras irregulares(desiguais) e ferramentas e potes feitos a mao. E interessante notar que nesse periodo tao antigo o povo adorava principalmente divindades femininas: Gaia(Mae-terra), era a maior dessas divindades, apesar de existirem outras como Temis, Ilitio e mesmo deuses como Cronos. Mais tarde, começaram a adorar deusas da fertilidade relacionadas sobretudo, a deusa Hera, Demeter e Hipodamia, que tiveram com contrapartida a adoraçao aos deuses dos misterios da fertilidade, como Zeus, Heracles(Hercules) e Pelops.
     Entre os seculos XI  e VIII a.C.(esse intervalo de tempo e conhecido como periodo geometrico), a parte nordeste do Peloponeso(sul da Grecia) foi invadida por uma tribo grega, ou seja, os guerreiros dorios, em 1104 a.C., seculo XII. Eles vieram do norte sob a liderança do rei Oxilo, que terminou virando rei da Elida, a regiao onde encontrava-se Olimpia. Durante esses anos de dominio dos dorios, ocorreram disputas entre os pisatenhos(habitantes de Pisa, cidade que controlava Olimpia) e os invasores dorios, os mais novos habitantes da Elida. As disputas envolviam principalmente a administraçao do santuario de Olimpia(porque este lugar era, acima de tudo, um local sagrado dedicado aos deuses onde o povo de Pisa fazia suas oferendas, bem como mais tarde o faria toda a Grecia) e sob a gerencia dos jogos olimpicos, que terminaraim por ser descontinuados.
     Por ter causado acidentalmente a morte de seu irmao Termio, durante uma prova de lançamento de disco, Oxilo foi obrigado a deixar a sua patria, na Elida.. Refugiou-se, entao,  na Etolia(Grecia continental ou norte) durante um(1) ano, tempo fixado para o exilio. Findo este periodo, retornou a sua terra natal, na Elida. Apressou-se nas fronteiras da Elida acompanhado dos guerreiros da Etolia(os etolios). Ao chegar, deparou-se com uma resistencia, o rei eleata(Elida). Como as tropas em confronto eram identicas, decidiu-se resolver a rivalidade por meio de uma competiçao singular: os eleatas escolheram para a contenda um arqueiro chamado Degmeno e os etolios, sob o comando do rei Oxilo, um fundibulario(individuo que usa a funda como arma) por nome Pirecmeu, a quem coube a vitoria. Foi assim que Oxilo retomou, na Elida, o trono de seu antepassado o rei Endimion(que governou a cidade por volta de 1300 a.C.). Permitiu que os antigos habitantes permanecessem nas terras que ocupavam, porem instalou tambem nos seus dominios, colonos etolios, que com eles se juntaram. Manteve igualmente os antigos cultos da regiao, distinguindo-se por uma sabia administraçao. Os jogos heracleos, fundados por Hercules, tinham caido em desuso, em 1154 a.C., devido a tomada da cidade de Troia, situada no extremo noroeste da Asia Menor, pelos gregos, quando o rei Oxilo os restaurou. O seu nome ficou desse modo associado, embora passe por vezes, por seu fundador. Ao morrer, foi sucedido no trono por Lais, seu filho mais novo, porque o seu primogenito Etolo, morrera ainda criança.
     No seculo IX a.C., o rei Ifito, que era um descendente de Oxilo, governou a cidade da Elida,  reorganizou os jogos olimpicos, que tinham caido no esquecimento depois de sua criaçao pelo deus Hercules e da morte do rei Oxilo. Foi pedir um conselho ao deus Apolo, atraves do Oraculo de Delfos, contra os diversos flagelos, epidemias e divisoes politicas que assolavam a Grecia do sul(ou Peloponeso). Recebeu como resposta a restruturaçao dos extintos jogos de Olimpia, o que foi feito no mesmo ano, em 884 a.C. Ao mesmo tempo, Ifito persuadiu a populaçao da Elida, a prestarem um culto a Hercules e oferecer-lhe sacrificios, para aplacar a sua suposta ira contra eles. Achava que Heracles(Hercules) os considerava como inimigos.
     Existem varias estatuetas de bronze e terracota deste periodo. Isso prova e demonstra especialmente dois(2) fatores: 1) A prosperidade do santuario de Olimpia; 2) A dominancia gradual da adoraçao a Zeus(nome proveniente do radical indo-europeu 'di', que significa "brilhar"), deus do ceu, das montanhas, distribuidor das preciosas chuvas, segundo a tradiçao grega. Eram eras anteriores, onde as divindades feminias tinham preponderancia, que no seculo VI a.C., Zeus ja havia tornado-se deidade principal do santuario.
     No centro de Olimpia, estava um recinto sagrado chamado Altis. No coraçao dele se levantava um templo surpreendente que continha uma estatua de Zeus, feita pelo escultor grego Fidias. Mesmo hoje em dia, a chama Olimpica e acesa no templo da deusa Hestia, em Olimpia, juntamente nas ruinas dos templos de Zeus e de sua mulher , a deusa Hera, antes da tocha começar sua viagem pelo mundo.
     Dos anos 776 a.C.(1ª olimpiada) a 712 a.C.(17ª olimpiada), os jogos olimpicos consistiam so em corridas a pe e eram realizadas em apenas um(1) dia.
     No ano 708 a.C.(18ª olimpiada) foram incluidas outras provas atleticas: Pentatlo(corrida, salto a distancia, lançamento de dardo e disco, luta corporal) verificando-se que em um dia apenas nao e suficiente para a disputa completa do programa olimpico.
     No ano 472 a.C.(77ª olimpiada), os jogos olimpicos cresceram a 10 eventos durante 5 dias consecutivos: corridas de bigas, corridas de quadrigas, hipismo, corrida a pe, luta livre, pugilsimo, pancracio, salto em distancia, lançamento de dardo e lançamento de disco.
     Os jogos exerceram profunda influencia sobre a arte, literatura, ceramica, poesia, escultura e pintura dos gregos. A perfeiçao fisica dos atletas do seculo VI a.C. originou aquele ideal de estatuas que atingiu pleno desenvolvimento com Miron e Policleto. A nudez nos jogos e competiçoes dos estadios e ginasios, bem como nos festivais, fornecia aos escultores incomparaveis oportunidades para se estudar o corpo humano em todas as suas formas e poses naturais. Sem o pensar, a naçao fez-se o modelo para os seus artistas e o atletismo grego, unido a religiao grega, produziram a arte grega.
     Quanto ao atletismo helenico(grego), nao conseguiu jamais integrar-se entre os costumes romanos. O pudor que era tradiçao em Roma, sentia-se chocado com a nudez dos atletas gregos e os romanos viam no homossexualismo uma vergonha , contrapondo com a gloria que era tida na Grecia antiga.O Bispo Clemente de Alexandria, um dos Pais da Igreja. em 195 d.C., falou sobre isto: " Os atletas da antiguidade, sentindo vergonha de mostrar-se nus, participavam nos ginasticos previstos de um Senador e cobriam suas vergonhas".
     Na antiga Elida, na confluencia do rio Alfeu com seu afluente Cladeu, ficava numa das regioes mais bonitas da Helade(Grecia). Ai tambem, de baixa altitude e repleto de arvores, surgia o monte Cronos. Neste local, por volta do ano 1000 a.C., os sacerdotes ofereciam sacrificios ao deus Cronos. Era onde ficava Olimpia, a sede permanente das Olimpiadas da antiguidade classica. Consta que a beleza da regiao influiu na escolha para a celebraçao dos jogos, pois as divindades, segundo os antigos, preferiam os lugares mais belos para serem homenageados e receberem oferendas. Alem disso, as vantagens geograficas favoreciam a reuniao de ateltas e espectadores, que vindos de todos os cantos da Grecia, participavam da grande festa esportiva destinada a agradar os deuses comuns de todos os helenos(gregos).
     Nos jogos olimpicos de Verao de 1928, em Amsterda(Holanda), o arquiteto neorlandes Jan Wils, incluiu no desenho do estadio olimpico, uma torre e teve a ideia de acender nela uma chama durante os jogos. Na cerimonia de abertura, em 28/07/1928, um empregado da empresa de eletricidade de Amsterda levou-a ate a cidade de Olimpia na Grecia e acendeu-a pela primeira vez esta que continua acesa ate os dias de hoje e nunca mais foi apagada, a chama dos jogos da era moderna, na torre entao chamada Marathan Tower(e que ficou conhecida localmente como "cinzeiro da KLM").
     Quatro(4) anos mais tarde, nos jogos olimpicos de Verao de 1932, voltou a acender-se uma chama durante os jogos no estadio de Los Angeles(EUA). Durante a cerimonia de encerramento foi apresentada uma citaçao de Pierre de Coubertin(1863-1937), educador e filantropo frances, renovador dos jogos praticados na antiga Grecia, que dizia: "Que a tocha olimpica siga o seu curso atraves dos tempos para o bem da humanidade cada vez mais ardente, corajosa e pura".
     Em 1936, nos jogos olimpicos de Berlim, Carl Diem concebeu a cerimonia de transporte da chama olimpica desde o antigo local  de realizaçoes dos jogos em Olimpia, na Grecia, ate ao estadio onde se realizavam os jogos. Mais de 3 mil atletas realizavam uma estafeta para transportar a tocha desde Olimpia ate Berlim, onde o corredor Fritz Schilgen acendeu a chama na cerimonia de abertura de 1º de agosto. A estafeta da tocha passaria a fazer parte dos jogos olimpicos. Tambem nos jogos olimpicos de inverno, a chama olimpica ardeu nos jogos de inverno de 1936 e 1948, mas a primeira estafeta da tocha teve lugar nos jogos olimpicos de 1952. Nessa ocasiao, o fogo nao foi ateado em Olimpia, mas sim em Mordegal, na Noruega, na lareira da casa de Sondre Norheim, que foi o pioneiro do esporte de esqui. Foi tambem ai que foi ateado o fogo nos jogos olimpicos de inverno de 1960 e 1994. Exceto esses anos e 1956, ano em que foi acesa em Roma, em todos os outros jogos de inverno, a chama foi acesa em Olimpia.
     Uns meses antes de cada realizaçao dos jogos olimpicos(a data exata varia de acordo com a duraçao do percurso ate ao estadio olimpico), a chama e ateada em Olimpia, frente as ruinas do templo da deusa Hera, numa cerimonia que pretende recriar o metodo usado na antiguidade e que se destinava a garantir a pureza da chama: atrizes representando sacerdotisas da deusa Hestia, colocam uma tocha na concavidade de um espelho parabolico que concentra os raios da luz do sol que, agora como na antiguidade, acende a chama que marcara o inicio de mais uma realizaçao dos jogos. Em seguida, a chama e transferida para uma urna que e levada ate ao local do antigo estadio. Ai a chama e usada para acender a tocha olimpica, transportada pelo atleta que fara o primeiro percurso da estafeta, que conduzira a chama ao longo do percurso ate ao estadio onde ocorrera as competiçoes.
     Como prevençao, uns dias antes acende-se uma chama usando o mesmo metodo, que e entao mantida acesa para ser usada, caso o ceu esteja nublado no dia da cerimonia. Para os jogos olimpicos de inverno, o procedimento e semelhante, exato que a passagem da chama para o primeiro estafeta e feito em frente ao monumento em homenagem a Pierre de Coubertin(o ressuscitador dos antigos jogos de Olimpia). Depois de 1503 anos desde a sua extinçao pela igreja primitiva, aconteceu um renascimento das Olimpiadas em Atenas em 1896.
     Recentemente, o ritual de acendimento da Pira(fogueira) Olimpica na cerimonia de abertura, se tornou um ritual original e diferente a casa ediçao. Nos jogos de Barcelona de 1992, o arqueiro paraolimpico Antonio Rebello atirou uma flecha com fogo na Pira Olimpica. Dois(2)  anos mais tarde, em Lillehammer 1994, a tocha Olimpica entrou no estadio transportada por um saltador de esqui e o Principe Haakon da Noruega acendeu a Pira Olimpica. Em 2008, a tocha foi levada por Li Ning, que suspenso por cabos, deu uma volta sobre o teto do estadio. Em Moscou de 1980, Sergei Belov subiu ate a Pira por um caminho formado por placas seguradas pelos jovens que formaram os paineis durante a cerimonia de abertura. Em Seul 1988, quem adentrou o estadio Olimpico de Seul foi Sohn Kee Chung, carregando a tocha, sendo considerado o maior heroi olimpico da historia da Coreia do Sul. Em Atenas de 2004, pela primeira vez, a Pira veio "receber" o fogo simbolizando a volta das Olimpiadas a Grecia, enquanto o Nikolao Kaklamanakis cruzava o corredor no meio dos atletas e a Pira se "curvava" para receber o fogo.